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Sombras malditas

 

Quinta-feira foi o dia escolhido pelo terror para matar inocentes e espalhar o medo em toda a população de Londres. O balanço desse banditismo infame foram trinta e sete mortos e mais de setecentos feridos, muitos deles em estado grave e os autores são todos réprobos, sobretudo por não reclamarem o que pretendem com seu ato hediondo.


Depois dos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, agora é Londres e o extermínio de passageiros de metrô e ônibus, todos a caminho do trabalho, portanto sem vínculo com participações políticas. Sem dúvida estamos vivendo a época da covardia, da desonra e da desvalorização da vida.


Não adianta a Justiça ter os terrorista sob custódia e julgamento. Outros fanáticos serviçais do crime ocuparão os lugares vagos e os atos criminosos chegarão até aqui. Sabe-se que o terror não tem fronteiras.


E quando menos esperamos atos destruidores, eles chegam no trágico explodir das bombas mortais. É no que devíamos pensar, pois estamos, também, como os americanos, os londrinos, os asiáticos ameaçados por criminosos sem nenhuma responsabilidade, por serem arrebanhados pelos chefes que lhes pagam o infame serviço de dependentes da morte. É o que tem ocorrido em vários países, cujo tributo de sangue e luto é demasiado de peso sobre populações indefesas, embora bem policiadas.


Lamentavelmente, o terror político, que é o de Bin Laden e da facção terrorista que obedece ao seu comando, tem antepassado histórico, a Revolução Francesa, quando funcionou a guilhotina, que ceifou centenas de vidas e não das mais poderosas na sociedade francesa da época. Foi então que se impôs a Robespierre o recurso à morte a todos que não haviam aceitado a grande tormenta. Justificou a resposta do duque de La Rochefoucauld Liancourt a Luís XVI.


A tomada da Bastilha não era uma simples revolta, mas uma revolução. A revolução que ainda está, no mundo, com sua herança ideológica. Esse é um grande problema. Dir-se-á que a Grande Revolução, que, mudou a face da terra deu origem às assembléias populares em todos os países. De acordo, mas a um preço altíssimo. De resto uma constante na história da inquieta humanidade. O destino dos povos está ameaçado. Não há uma só nação imune. O que ocorreu em Londres pode ocorrer em São Paulo ou em outra cidade brasileira. É o meu ponto de vista.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 11/07/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 11/07/2005