Recebo com regularidade os relatórios de bancos, principalmente os do Bradesco. São dois, o relatório do banco e o relatório social, muito bem feitos, evidentemente, por profissionais altamente capazes e oferecem, a quem tiver conhecimentos técnicos suficientes para a leitura do relatório do banco, a sua estratégia para o desenvolvimento, sua política de bom entendimento com a clientela, a maior do Brasil, e, dizia-me Aguiar, sob muitos aspectos maior do que o Banco do Brasil.
Confesso a todos os meus leitores, se os tiver, que li algumas páginas, mas, como não conheço a técnica contábil sobre a qual repousam os estudos para a elaboração do relatório, deixei-o, embora tenha passado os olhos pelos gráficos dos balanços, onde me vi defronte a uma possante e complexa organização, obra, nas suas ordens e objetivos a alcançar de um homem chamado Amador Aguiar, que teve a genialidade de se concentrar naquilo que amaria e amou, e na obra que sonhava realizar e realizou. Os americanos teriam prazer em compulsar o relatório, pois são adeptos ainda hoje do self made man , de que é exemplo ao nosso exame, se quisermos, o antigo bancário, como ele gostava que o chamassem, Amador Aguiar.
Pois bem, deixei de lado o relatório do banco, onde o acadêmico, membro de mais de uma Academia, de várias instituições culturais nacionais e estrangeiras, não consegue passar da página 30 e isso mesmo com muita boa vontade.
Confessando-me vencido pela complexidade do relatório, passei ao social. Aí ficou fácil a leitura, por ter eu, na minha vida, me dedicado a várias ciências, entre outras a sociologia, que fazia parte dos meus estudos de sociologia com os jesuítas. Dá prazer essa leitura e ver as fotografias das crianças que se formaram nas escolas do Bradesco. Uma delas foi longe e está ocupando um cargo de responsabilidade numa das empresas gaúchas, na qual está empregada.
Centenas de crianças recebem lições das organizações Bradesco. Faz lembrar as americanas, onde os self made men de lá investem na educação de seus empregados, interessam-nos nas disciplinas que devem manipular todos os dias quando forem empregados e se tornam adultos com responsabilidade, graças à organização que os formou.
Se há um dinheiro bem empregado esse dinheiro é o que vai para a educação das crianças, que o Estado tem dificuldade de educar e transmitir lições proveitosas, por não ser edificado como fazem os povos aplicados a atingir prosperidade, com a qual beneficiam a nação e seus filhos.
Não é, evidentemente, o caso do Brasil, onde a educação é maltratada, com exceção de alguns modelos que não chegam a constituir um feixe de cem unidades.
Li esse relatório com prazer, não só por ser bem feito, como por me interessar um rol de empresas aplicar dinheiro na educação de crianças que serão, no futuro, jovens e depois maduros dirigentes de empresas, e as mulheres, trabalhando, e pelo casamento cuidando da casa e dos filhos, engrandecendo o Brasil, a pátria de nós todos.
Essa leitura, como a de outras organizações, me deu ânimo para continuar a minha luta, já velha de décadas, pelo desenvolvimento total do Brasil, sobretudo o desenvolvimento da pessoa humana, com todos os tributos, inclusive o de um dia, quando a Parca chamar seus escolhidos, ela se volte para sua terra e se sinta orgulhosa de ter trabalhado por ela.
Vê-se que a leitura desse relatório, como de outros documentos análogos de diferentes sociedades econômicas ou financeiras, que há dinheiro bem empregado quando vai para a educação, para a convivência social rigorosamente ética. Seus frutos penderão certíssimos da árvore da vida, como no caso desse relatório, dependente, sem dúvida, do primeiro, o que produz dinheiro para as finalidades humanas.
É aí que desce a benção de Deus. Sejam, portanto, bem vindas as iniciativas como essa e como outras semelhantes, que se ocupam do ser humano, para vê-lo seguir na vida feliz de saber qual a sua responsabilidade no quadro social imenso da nação.
Diário do Comércio (São Paulo) 01/06/2005