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Tecnólogos na zona oeste

 

Quem vive a realidade do ensino superior registra um fato objetivo: há uma nova tendência na praça. Os jovens preferem lidar com menos teoria e mais prática, procurando em larga escala os cursos mais rápidos, como os que são realizados nos Institutos Superiores de Tecnologia. Não se trata de uma infeliz volta aos cursos de engenharia operacional, um fracasso completo.


Os cursos superiores tecnológicos permitem o ingresso numa pós-graduação Lato-Sensu (Especialização e MBA) ou Stricto-Sensu (Mestrado e Doutorado) e, para todos os efeitos, os tecnólogos têm a mesma validade de bacharéis e licenciados quando se trata de concursos públicos que exigem o nível superior. Ainda por cima, foi introduzido no sistema, pelo Decreto nº 2.208/97, o direito dos alunos de educação tecnológica à avaliação por competência.


Isso significa que, por intermédio de provas, os alunos podem obter a dispensa de certas disciplinas, desde que comprovada a sua competência nos exames realizados. Assim, os cursos são mesmo mais rápidos, dependendo do ritmo de aprendizagem dos próprios alunos, que serão beneficiados com o aprofundamento dos conhecimentos na área específica da sua escolha. Em geral, a conclusão se faz em três anos.


Verifica-se, assim, um saudável encurtamento no enlace universidade-empresa. Os empregos são mais facilmente obtidos e o país ganha com a aborção de especialistas no mercado de trabalho, onde os formandos pelo sistema tradicional chegam com mais lerdeza e pouca prática, exigindo um tempo adicional de treinamento.


Vivemos uma experiência notável, no governo do Estado do Rio de Janeiro. De olho nos empreendimentos industriais que estão nascendo em território fluminense, a governadora Rosinha Garotinho criou um Grupo de Trabalho, de que fizemos parte, para sugerir o que fosse melhor, em termos de nível superior, na vasta Zona Oeste. O GT, presidido pelo Secretário Wanderley de Souza, de Ciência e Tecnologia, houve por bem levar à chefe do Executivo a idéia de criar o Centro Universitário Estadual da Zona Oeste. (Uezo). Tornou-se realidade através do Decreto nº 37.100, de 18 de março de 2005, "para atender às demandas específicas por conhecimento tecnológico de nível superior."


Laboratórios


Está inserido na estrutura da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec), dirigida pela professora Terezinha Lameira, que evitará duplicidades desnecessárias e ocupará (por sugestão nossa) um espaço ocioso no Instituto de Educação Sarah Kubitschek, em Campo Grande, onde foram separadas 39 salas de aula para suas atividades iniciais, que contemplam igualmente a montagem de laboratórios específicos e bibliotecas bem abastecidas. Começará a funcionar ainda em 2005.


O Uezo conterá um Instituto Superior de Educação e mais os seguintes Institutos Superiores de Tecnologia:


a. produção em siderurgia;


b. produção em polímeros;


c. produção em construção naval;


d. produção de fármacos;


e. produção em biotecnologia;


f. informação.


Assim, pela visão de futuro da governadora Rosinha Garotinho, as plantas industriais da Thyssen/CVRD, do Pólo Gás-Químico de Sepetiba e da grande expansão da indústria naval fluminense estarão abastecidas de recursos humanos formados na própria região. Um modelo a ser seguido.


 


 


Jornal do Commercio (Rio de Janeiro) 11/04/2005

Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), 11/04/2005