Vem dos Estados Unidos muito do que nos interessa na área da tecnologia e muito em baboseiras, que, infelizmente, são repetidas como se fossem verdades comprovadas.
Acabo de ler numa das revistas francesas que no seu último livro o autor Doe Brown, que vende milhões de livros para alegria de sua editora, Odile Jacob, esse autor, também autor do Código da Vinci , que já vendeu mais de um milhão de livros, afirmou, sem documentação, sem comprovante, sem nada de claro e positivo, esta mentira blasfema, que Maria Madalena havia se casado com Jesus Cristo e que tiveram muitos filhos.
Esse besteirol teria sido difundido na Idade Média, que está na moda entre os mágicos das edições milionárias, e teria gerado um documentário que comprova essa asneira. Maria Madalena foi uma das primeiras cristãs a se sacrificar pelo Mestre, o Rabino da Galiléia, o filho de Deus feito homem, que iria morrer na cruz, o meio romano das execuções sumárias. O autor Brown socorreu-se de supostos documentos de seitas antigas que acompanharam os membros do Sinédrio e que tudo fizeram, com o poltrão que era Pôncio Pilatos, para matá-lo na cruz, segundo o regime romano das execuções.
Tudo escrito para influenciar multidões de leitores, e de firmar uma mentira com ares de verdade, para aumentar as tiragens e fazer de milhões de pessoas que leram ou vão ler os livros, que a verdade é essa, citada acima, contra a realidade. Vê-se, por esse autor, que estamos na era das comunicações, com tiragens milionárias de livros e mentiras lançadas numa página como se fossem verdades incontestáveis.
Não li e não pretendo ler o livro de Brown. É literatura que não me interessa. A quem tiver interesse e ainda não o leu, aconselho a leitura do livro sobre um padre, Fernando Bastos de Ávila, meu confrade na Academia Brasileira de Letras, que publicou um dos livros mais belos, mais edificantes, de quantos os prelos brasileiros têm publicado nos últimos anos. É como se ganha o céu. Não com as mentiras veiculadas nos livros de grandes tiragens de escritores americanos de sucesso.
Diário do Comércio (São Paulo) 18/03/2005
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