O Acadêmico Ricardo Cavaliere participa, na próxima quarta-feira, dia 13 de novembro, do “Encontro Lexicográfico entre Academias” – intercâmbio e colaboração – com a Academia das Ciências de Lisboa, na capital portuguesa.
O presidente da Academia, Jose Luís Cardoso recebe os convidados e, em seguida, a Acadêmica Ana Salgado faz a conferência “Avanços e desafios na lexicografia portuguesa: projetos em curso no Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa”. Ricardo Cavaliere falará sobre “As atividades lexicográficas da Academia Brasileira de Letras: caminhos e perspectivas”.
Após a fala do Acadêmico brasileiro, a sessão estará aberta a perguntas e discussão sobre projetos e colaboração futuras.
A sessão poderá ser acompanhada ao vivo pelo link: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/97724237611
17 membros da Academia Brasileira de Letras são sócios correspondentes da Academia das Ciências de Lisboa: José Sarney, Marcos Vinicios Vilaça, Arnaldo Niskier, Arno Wehling, Evanildo Cavalcante Bechara, Fernando Henrique Cardoso, Ana Maria Machado, Geraldo Holanda Cavalcanti, Domício Proença Filho, Merval Pereira, António Carlos Secchin, Marco Lucchesi, António Torres, Carlos Nejar, José Paulo Cavalcanti, Ricardo Cavaliere e Celso Lafer.
A Academia das Ciências de Lisboa é uma das mais antigas instituições científicas portuguesas de existência contínua. Foi fundada, no dia 24 de dezembro de 1779, durante o reinado de D. Maria I, sob o lema inspirador de um verso de Fedro: Nisi utile est quod facimus stulta est gloria - Se não é útil o que fazemos, vã é a glória. Os seus fundadores acentuaram que “… esta Academia das Ciências [é] consagrada à glória e felicidade pública, para adiantamento da instrução nacional, perfeição das ciências e das artes e aumento da indústria popular”. Compunha-se inicialmente das Classes de Ciências Naturais, Ciências Exatas e Belas-Letras, com sócios efetivos e correspondentes, além de correspondentes estrangeiros. Após a instalação definitiva, em 1833, no Convento de Nossa Senhora de Jesus, da Ordem Terceira de S. Francisco (e depois da confirmação da posse das suas instalações na sequência da extinção dos conventos em 1834) a Academia reformulou os seus Estatutos (1851) e reorganizou-se em duas Classes, de Ciências e de Letras, que se mantêm até ao presente.
A Academia das Ciências de Lisboa tem desempenhado papel ímpar no desenvolvimento científico e tecnológico em Portugal. As coleções de publicações e Memórias editadas desde o arranque da sua atividade, são testemunho da história das ciências e das letras em Portugal, bem como da evolução do estado científico e cultural do país.
O patrimônio à sua guarda reveste enorme riqueza e importância, merecendo destaque as coleções de manuscritos, de incunábulos e de livro antigo (até inícios do século XIX), o acervo arquivístico que abrange quase 250 anos da história da ciência, dos cientistas e dos letrados que foram seus membros, e o conjunto de peças e objetos das suas coleções museológicas.
Até finais do século XIX manteve atividades relevantes de ensino científico, prolongando a sua vocação e responsabilidade na promoção do conhecimento e dos saberes. E acolheu o nascimento de instituições que mais tarde se autonomizaram, nomeadamente a Instituição Vacínica (1811), a Comissão Geológica (1857) e o Curso Superior de Letras (1859). A História da Academia das Ciências de Lisboa ajuda a compreender as razões do lugar de relevo que ocupa no sistema de ciência e tecnologia em Portugal – uma instituição vocacionada para a promoção e divulgação da cultura científica, bem como para a demonstração da relevância das ciências e das letras para o desenvolvimento do país.
11/11/2024