Com a participação da Acadêmica Rosiska Darcy em um bate-papo sobre a Revista Brasileira na última terça-feira, dia 26, a ABL encerrou sua participação na FLIM – Festa Literária Internacional de Maricá. Gilberto Gil foi o grande homenageado do evento, e lá esteve no dia 22. Recebeu homenagens, cantou e dançou. “Prazer enorme participar hoje aqui, nesse que marca a ampliação desta festa, que começou modesta e está ganhando abrangência, ímpeto, saindo das fronteiras de Maricá e tomando espaço em outros lugares do Brasil. Apreciação de aspectos múltiplos das artes, educação, formação, no sentido mais amplo, é tudo isso que a gente encontra por aqui”, disse Gilberto Gil no final do dia.
"Gil é a representatividade do multiculturalismo do povo brasileiro. O povo brasileiro é formado por uma miscigenação de raças, de culturas, e num tempo de tanta polarização de ideias, de tanta polarização política, é importante chamar atenção para o multicultural, para o ser diverso, pelo respeito à diversidade e ao ser multicultural, e Gil é a própria expressão disso. Gil é a melhor síntese do povo brasileiro", disse o secretário de educação, Márcio Jardim, ao justificar a homenagem ao acadêmico.
No sábado, dia 23, foi a vez de Antonio Torres participar da roda de conversa com o tema “Caminhos da Transformação: Leitura, Literatura e seus impactos na periferia”, junto com Felipe Eugênio, coordenador da Periferia Brasileira de Letras (PBL), Israel Neto, escritor Afrofuturismo e Regina Tchelly, escritora e chef da Favela Orgânica.
Durante a conversa, foi abordada a necessidade e a importância da leitura como um dos principais meios de mudanças e propagação de justiça social, principalmente nas periferias brasileiras.
Antônio Torres ressaltou a relevância de trocas entre a Academia Brasileira de Letras e a Periferia Brasileira de Letras.
“Foi um encontro muito feliz. Muito gratificante poder conhecer esses autores da periferia e trocar experiências. Maricá está dando um exemplo sensacional de fazer esses encontros tão diferentes, tão multiculturais e tão importantes como o momento histórico do Brasil”, contou.
No dia 26, Rosika Darcy visitou a Casa-museu Darcy Ribeiro e falou sobre a Revista Brasileira com o vice-reitor da Universidade federal da Bahia, Penildon Silva Filho. . Contou a história da criação da Revista e de seu desafio à frente desta nova fase da publicação. “ Minha ambição é torná-la cada vez mais contemporânea, cada vez mais uma porta voz de algumas ideias, entre elas – ideias que herdei provavelmente de um homem como Darcy ribeiro – a de olhar o Brasil a partir dele mesmo. Não buscar aquilo que ele não é, em comparação com outras culturas, outras civilizações. Buscar nele a sua cultura, a sua literatura, tudo o que faz dele uma potência cultural. Se não é - e de fato não é - uma potência econômica nem militar, o Brasil é, com certeza, uma potência cultural e ambiental”, afirmou Rosiska.
27/09/2023