Afonso Celso (Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior), natural de Ouro Preto, MG, nasceu em 31 de março de 1860 e veio a falecer no Rio de Janeiro, RJ, a 11 de julho de 1938. Filho do Visconde de Ouro Preto, último presidente do Conselho de Ministros do Império, e de D. Francisca de Paula Martins de Toledo, é um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Aos 15 anos publicou os Prelúdios, reunindo uma pequena coleção de poesias de conteúdo romântico. Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo na qual colou grau em 1880. Defendeu na ocasião, a tese “Direito da Revolução”. Casou-se em 1884 com D. Eugênia da Costa. Foi elevado à condição de Conde papal em 1905.
Ingressando nas lides políticas, foi eleito quatro vezes deputado geral por Minas Gerais. Na Assembléia Geral exerceu as funções de 1º. Secretário. Com a proclamação da República, em 1889, abandonou a política e acompanhou o pai no exílio, que se seguiu à partida da família imperial para Portugal em novembro do referido ano. Coube-lhe a delicada tarefa de defender o pai no início da implantação do regime republicano.
Dedicou-se ao magistério e ao jornalismo, tendo colaborado durante mais de 30 anos no Jornal do Brasil. Outros órgãos da imprensa - tais como A Tribuna Liberal, A Semana, Renascença, Correio da Manhã e o Almanaque Garnier, divulgaram muitos de seus artigos.
Ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1892, na qualidade de sócio efetivo, tendo posteriormente sido elevado a honorário em 1913 e a grande benemérito em 1917. Com a morte do Barão do Rio Branco, em 1912, foi eleito presidente perpétuo dessa instituição, de 1912 a 1938. Coube-lhe a incumbência de presidir à instalação da entidade em uma das alas do Silogeu Brasileiro, localizada na esquina das Ruas Augusto Severo e Teixeira de Freitas.
De sua vasta obra merecem especial destaque os seguintes livros: Oito anos de Parlamento, Por que me ufano de meu país - título que gerou críticas e elogios e a popularidade da expressão “ufanismo”, de uso até os nossos dias - Segredo conjugal, O Imperador no exílio, O assassinato do coronel Gentil de Castro, Rimas de outrora, Minha filha, Vultos e fatos, Um invejado, Lupe, Giovanina.
Afonso Celso participou das atividades da Academia Brasileira de Letras, como um dos membros fundadores, tendo como patrono - na cadeira nº. 36 - o poeta Teófilo Dias de Mesquita, sobrinho de Gonçalves Dias, falecido em 1889.
No magistério também manteve atuação destacada, tendo exercido a Cátedra de Economia Política na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, da qual foi diretor por alguns anos e reitor da Universidade do Rio de Janeiro.
A última visita de Afonso Celso à Academia Brasileira de Letras ocorreu na sessão de 7 de julho de 1939, quatro dias antes de seu falecimento.
Recebeu os acadêmicos Otávio Mangabeira e Lauro Müller.