O anticlímax político que, hoje, propicia o governo Temer levou, necessariamente, à radicalização das alternativas. E João Doria, de imediato, pode dizer que o PT é mal que não pode voltar. O presente status quo denuncia como estrito populismo o alinhamento petista, no alardeio da desaparição de qualquer discussão programática de parte do antigo governo.
E é, de logo, que emerge a contínua liderança latente de Lula, de par com as certezas de sua permanente popularidade. Ao mesmo tempo, só se evidencia a polarização do outro lado, agora, no somatório de Alckmin, Aécio ou Serra com o prefeito de São Paulo.
Não se descarte, também, o desponte de Henrique Meirelles, cada vez mais identificado ao possível êxito do governo Temer. Doria, por outro lado, sempre surge como a única candidatura, de fato, descontaminada dos golpes da Lava Jato.
Em termos de liderança nacional, o protagonismo de Moro força, necessariamente, o confronto com o petista, e é exatamente no campo do vis-à-vis ético que Lula proclama a sua honestidade “nestes 70 anos de vida”. Ao chegar a minudências, as acusações voltam ao eterno problema dos valores do triplex do Guarujá.
O dito novo populismo proclamado por Doria está, também, de braços abertos para o PMDB rebelde e a incógnita que desponta no desempenho de Renan Calheiros. As negociações sobre a Reforma da Previdência entremostram o novo impacto do PMDB dividido nas maiorias do Congresso, cada vez mais imprevisíveis no acordo do dia.
O aliancismo clássico se sobrepõe às disciplinas partidárias, tal como são os blocos da hora que tornam imprevisíveis o passo adiante ou o emperro no trato atual com o Poder Legislativo.
Não é sem razão que emerge, de parte do Planalto, o projeto de reforma radical do regime partidário, ao que a dita eleição “por lista fechada” tente caucionar a escolha dos parlamentares na sintonia com o Executivo, eleito ao mesmo tempo.