Nem o mundo nem o papa estão precisando de minha opinião sobre o próprio papa e o mundo. Também não tenho opinião sobre os US$ 5 milhões que Eduardo Cunha teria recebido como propina. Em princípio, acho muito dinheiro, lembro de um faturador da cia de navegação acusado de embarcar para Paulo Afonso 2 trilhões de tábuas do Paraná e da Finlândia, para o governo fazer um barracão de 18 m² que realmente foi feito com uma enorme faixa: "Obra do governo".
O barracão abrigava um trator desativado que abriria uma estrada em direção não determinada.
O importante eram os 2 trilhões de tábuas que dariam para um assoalho-monstro que cobrisse todo o território nacional.
Os rombos assombrosos na Petrobras tiveram DNA também assombroso e quem viver verá outros com a mesma origem genética. Pulando de Eduardo Cunha para papa Francisco, muita gente ficou escandalizada com a reação pontifícia ao receber uma espécie de carinho, um devoto queria abraçá-lo e puxou-o pela manga da batina, o papa ia caindo, foi amparado por seguranças.
Muitos criticaram Francisco, que deveria oferecer a outra manga da batina para melhor ser empurrado –ou seja, oferecer ao agressor a outra face. Ele reagiu como papa e como qualquer cidadão que seja empurrado.
Diversos papas chegaram a armar exércitos para defender ou atacar pelos interesses da Igreja. Júlio 2º, "O papa guerreiro", vestia-se com armaduras e usava uma espada na cintura. Ficou na história como o pai da Renascença. Outros papas armaram Cruzadas, ocupavam territórios, excomungavam adversários. Alexandre 6º, um Bórgia, dividiu a América entre Portugal e Espanha pelo Tratado de Tordesilhas, tinha prole numerosa, promovia bacanais.
Como no filme de Fellini, a Igreja é uma nau que também vai.