Numa audiência com o então ministro da Educação, Cristo-vam Buarque, a que compareceram Antônio Oliveira Santos, Ernane Galvêas, Bernardo Cabral e este articulista, em 2003, foi-lhe apresentado projeto de construção de uma exemplar escola média, patrocinada pelo Sesc do Rio de Janeiro. Ele ouviu desconfiado. Suas primeiras palavras foram de desaprovação: "Isso é muito caro, portanto inviável". Aos poucos, quando ouviu nossos argumentos, foi mudando de opinião: "Ali se é uma escola-modelo, tudo bem". Hoje, o político pernambucano é grande admirador da Escola Sesc de Ensino Médio, em Jacarepaguá, com 500 alunos muito bem atendidos.
Na última sessão da Academia Brasileira de Letras, o imortal Marcos Vilaça falou sobre a Esem e conclamou seus colegas a visitá-la, à qual dediquei seis anos dos meus melhores esforços (de 2002 a 2007). A ideia original foi do engenheiro Antônio Oliveira Santos, presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Em meados de 2002, convidou-nos para uma visita ao seu gabinete e contou sobre os planos. Um filho seu (Marco Antônio) estudara na Suffield Academy, nos EUA, e voltou de lá impressionado com a qualidade do ensino naquela escola-residência. Convenceu-se de que se deveria fazer algo parecido em território brasileiro.
Fui nomeado assistente de Educação da presidência da CNC e coloquei mãos à obra. Escolhido o terreno de 130 mil metros quadrados, a primeira dificuldade foi a licença ambiental, conquistada numa visita pessoal à Feema. Depois vieram as viagens nacionais e internacionais, para conhecer modelos parecidos. Visitamos Cuba e Estados Unidos.
Na hora do projeto arquitetônico, venceu o belo trabalho do arquiteto índio da Costa. Sua proposta inicial de auditório foi por mim transformada num teatro de 600 lugares. Como membro do Conselho Consultivo da Esem, ao lado do ex-ministro Ernane Galvêas, foi autor do primeiro projeto pedagógico do empreendimento, com a inestimável ajuda da professora Darcília Silva Leite, ex-secretária de Educação do Rio de Janeiro.
Outra contribuição valiosa veio da Associação dos Moradores da Cidade de Deus, que fica defronte à escola Eu e o presidente José Neves e viramos parceiros. Acabaram dando meu nome à Biblioteca Comunitária da região, inaugurada em 2005. Foi uma experiência inesquecível.