Na última reunião com seu ministério, em 23 de agosto de 1954, na crise mais dramática da vida nacional, Getúlio Vargas reuniu seus ministros e pediu que cada um manifestasse sua opinião sobre o que deveria fazer para superar a cólera dos militares que exigiam a sua renúncia e até mesmo sua prisão. Atribuíam ao presidente a responsabilidade pelo atentado que matou um oficial da Aeronáutica.
O ministério não chegou ao consenso. Alguns falaram em renúncia, licença e resistência. Tancredo Neves, ministro da Justiça, estava disposto a morrer, enfrentando os tanques e as tropas que estavam se dirigindo ao Catete.
Desejavam depor ou matar o presidente. José Américo sugeriu que o presidente deveria fazer "um grande gesto", renunciando ou entrando em licença. Vargas pediu aos ministros que mantivessem a ordem e subiu ao seu quarto para fazer o grande gesto. Saiu da vida para entrar na história.
Por Júpiter! Longe de mim e do povo insinuar que Dona Dilma faça o mesmo grande gesto de Vargas. Mas bem podia tentar um governo de união nacional, dispensando metade de seus 39 ministros e convocando os ex-presidentes Sarney, Fernando Henrique, Collor e Lula, não para governarem com funções executivas, mas formando um conselho de Estado suprapartidário, a exemplo de outros países, como o Brasil no tempo do Império e mais recentemente no governo Dutra, uma gestão medíocre, mas sem grandes traumas institucionais
A presidente está no início do seu segundo mandato, tem tempo para dar a volta por cima. Seria o fim da picada para o PT, que tenta a hegemonia política, social e financeira, cujo resultado é a corrupção e a impunidade, provocando o protesto de milhões de pessoas que manifestaram o repúdio contra dona Dilma.