Em solenidade realizada no dia 27 de março, no Salão Nobre do Petit Trianon, o diplomata e historiador Evaldo Cabral de Mello tomou posse na Cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras. O novo Acadêmico, eleito no dia 23 de outubro do ano passado, sucede ao Acadêmico, romancista, cronista, jornalista e tradutor João Ubaldo Ribeiro, falecido no dia 18 de julho de 2014.
“Diz-se de um autor de sucesso que tem uma grande obra. No caso de Evaldo Cabral de Mello, é uma grande obra que tem um autor. Um autor que se apaga atrás de uma grande modéstia. Mas que tinha que ser revelado. E foi. A Academia é o lugar certo para abrigá-lo e se sente honrada com isso”, afirmou o Presidente da ABL, Acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti.
Evaldo Cabral de Mello foi recebido pelo Acadêmico Eduardo Portella. Logo após, o Presidente Geraldo Holanda Cavalcanti convidou o decano presente à cerimônia, Acadêmico José Sarney, para entregar a espada.
O Acadêmico Alberto da Costa e Silva fez a aposição do colar e o Acadêmico Alberto Venancio Filho entregou o diploma. O Presidente, então, declarou empossado o novo Acadêmico.
Os ocupantes anteriores da cadeira foram: João Manuel Pereira da Silva, fundador – que escolheu como patrono o sacerdote, poeta e autor de diversas obras líricas de caráter filosófico Sousa Caldas –, Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos Júnior), Lauro Severiano Müller, Dom Aquino Correia, R. Magalhães Jr. e Carlos Castelo Branco.
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O novo Acadêmico
Evaldo Cabral de Mello nasceu no Recife em 1936 e atualmente mora no Rio de Janeiro. Estudou Filosofia da História em Madri e Londres. Em 1960, ingressou no Instituto Rio Branco e dois anos depois iniciou a carreira diplomática. Serviu nas embaixadas do Brasil em Washington, Madri, Paris, Lima e Barbados, e também nas missões do Brasil em Nova York e Genebra, e nos consulados gerais do Brasil em Lisboa e Marselha.
Um dos mais destacados historiadores brasileiros, Evaldo Cabral de Mello é especialista em História regional e no período de domínio holandês em Pernambuco no século XVII, assunto sobre o qual escreveu muitos de seus livros, como Olinda restaurada (1975), sua primeira obra, Rubro veio (1986), sobre o imaginário da guerra entre Portugal e Holanda, e O negócio do Brasil (1998), sobre os aspectos econômicos e diplomáticos do conflito entre portugueses e holandeses. Sobre a Guerra dos Mascates e a rivalidade entre brasileiros e portugueses em seu Estado natal publicou A fronda dos mazombos (1995).
Escreveu, também, O norte agrário e o Império (1984), O nome e o sangue (1989), A ferida de Narciso (2001) e Nassau: governador do Brasil Holandês (2006), este para a Coleção Perfis Brasileiros, da Companhia das Letras. É organizador do volume Essencial Joaquim Nabuco, da Penguin-Companhia das Letras.
31/03/2015