Individualidade marcante, nome sui generis da prestigiosa geração de artistas plásticos surgida no Brasil na década de 1960, Carlos De Magalhães, pernambucano radicado na França, iniciou-se na pintura sob a égide de alguns grandes nomes de gerações anteriores, como Vicente do Rego Monteiro, Rubem Valentim e Athos Bulcão.
Alheio ao pletórico intelectualismo que invadiu as artes plásticas a partir da segunda metade do século XX, a pintura de Carlo De Magalhães é de natureza primordialmente dionisíaca, nascida de um elã cromático e formal que se apossa do espírito do autor, que se expande além dele e, cristalizado na obra de arte, como sempre acontece, renasce tal e qual na consciência e na sensibilidade do espectador.
Ainda que de índole dionisíaca, o apolíneo também está presente em sua obra, no que nela se pode reconhecer de geométrico e construtivo, assim como no jubilosamente sábio uso da cor – talvez seu elemento fundamental. De fato, a geometria nela se une a uma grande liberdade de pincelada, que chega a nos recordar a Action Painting. No conjunto, a simbiose das cores com as formas busca despertar o olho do espectador – daí o título da mostra, Estimulante Visual – da selva de abstrações em que vivemos, especialmente nós, filhos do Ocidente.
É com grande satisfação que a Galeria Manuel Bandeira apresenta para o público carioca a presente exposição desse importante nome da pintura brasileira contemporânea.