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Exposição Barão do Rio Branco, colecionador de ex-libris

Sobre: 

Academia Brasileira de Letras inaugurou, dia 19 de abril, quinta-feira, às 18 horas, no 1º andar do Centro Cultural do Brasil, sede da ABL, a exposição Barão do Rio Branco, colecionador de ex-libris, como parte das celebrações pelo centenário de morte do Acadêmico José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, completados em fevereiro deste ano. A coordenação é do Acadêmico e Diplomata Alberto da Costa e Silva.

De acordo com os responsáveis pela montagem, desde 1977 não se faz uma exposição de ex-libris no Rio de Janeiro. A mostra ficará aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas, na Avenida Presidente Wilson, 203, Castelo, Centro, Rio de Janeiro. Entrada franca. A exposição contará com 93 exemplares da Coleção do Barão do Rio Branco, hoje pertencente ao Palácio Itamaraty, do Ministério das Relações Exteriores, de peças de três coleções particulares, além das que pertencem à coleção da Academia Brasileira de Letras.

A Presidente da ABL, Acadêmica Ana Maria Machado, disse que o Barão do Rio Branco, título herdado do Império, paradoxalmente se distinguiu na consolidação da República: “Principalmente no estabelecimento das linhas mestras da política externa do país. Seu falecimento, há um século, consternou o país a tal ponto que provocou um fato inédito: o adiamento do carnaval naquele ano. Ao comemorar agora o centenário dessa data, homenageamos a sabedoria de Rio Branco e seu equilíbrio. A Academia Brasileira de Letras, ao se associar aos festejos deste ano, deseja sublinhar outro aspecto do ilustre brasileiro: seu amor aos livros, que nutriam seu preparo intelectual e sua firmeza de convicções. Com esta mostra, evocamos um Barão menos conhecido, o Rio Branco bibliófilo e colecionador de ex-libris. A exposição nos traz, assim, uma faceta menos conhecida do Barão, mas profundamente coerente com a imagem que a História guarda dele. Ao mesmo tempo, compartilha com todos estas pequenas amostras gráficas dos requintes estéticos de uma época, patrimônio de todos nós”.

Saiba mais

A coleção

Criado de início com o nome de ex biblioteca e ex dono, esse tipo de coleção passou a ser chamado universalmente pela denominação latina ex-libris, que quer dizer dos livros. Seu uso se destina, em geral, às bibliotecas, servindo, também, de insígnia àqueles que possuem livros. Veio, de certo modo, substituir os carimbos, vinhetas tipográficas e assinaturas nos livros. Assim sendo, o ex-libris, a ser colocado na parte interna da capa do livro de uma estante, deve ser sempre um objeto de arte, de caráter pessoal, idealizado por seu possuidor. Pode-se, por intermédio do ex-libris, conhecer as tendências sentimentais e até profissionais de uma pessoa. Muitos apresentam legendas, em prosa ou verso, geralmente em latim, que expressam, no sentido filosófico ou poético, a divisa do ideal de seus titulares.

Barão do Rio Branco

Segundo ocupante da Cadeira número 34 da Academia Brasileira de Letras – hoje ocupada pelo Acadêmico João Ubaldo Ribeiro – José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, foi eleito para a ABL em 1º de outubro de 1898. O fundador da Cadeira foi J. M. Pereira da Silva e ao Barão se seguiram Lauro Müller, Dom Aquino Correia, R. Magalhães Júnior e Carlos Castello Branco.

Rio Branco foi diplomata, advogado, geógrafo e historiador. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife. Exerceu o cargo de Ministro das Relações Exteriores durante os mandatos dos Presidentes Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. Nasceu no Rio de Janeiro no dia 20 de abril de 1845 e faleceu na mesma cidade em 10 de fevereiro de 1912. Escreveu diversas obras, entre elas Memórias brasileirasHistória militar do BrasilEfemérides brasileiras eEpisódios da Guerra do Prata. Atuou ativamente nas questões de fronteiras. Em 1894, defendeu os interesses brasileiros entre Santa Catarina e Paraná contra a Argentina. Em 1900, resolveu a pendência entre o Brasil e a Guiana Francesa sobre a região do Amapá, recebendo o título de Barão pela causa. Em 1902 esteve à frente das negociações entre o Acre e a Bolívia.