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Conversas de ½ Minuto (33) ‒ Escritores (I)
Mais conversas, hoje só com escritores, em livro que estou escrevendo
Mais conversas, hoje só com escritores, em livro que estou escrevendo
“Escrever é o requinte supremo”, escolhi essa frase de Pessoa (Soares, no Desassossego) para falar da tal Inteligência Artificial ‒ IA. E já peço perdão, amigo leitor, para dizer que nasci analógico. Acontece com a humanidade inteira. Diferente de quase todos é que continuei a ser, com poucas alterações, desde que me entendi por gente. Com o amigo Carlos Drummond de Andrade (confessa bem no início de seu Poema de sete faces, aquele do “Mundo, mundo, vasto mundo”), aconteceu algo parecido
Todos os países têm suas festas religiosas. As nossas vieram de Portugal, conhecidas lá como dos Santos Populares. O curioso é que também herdamos o costume de dividir a devoção por regiões. No Sul de Portugal, sobretudo Lisboa, é Santo António, que encontrou seu destino em Pádua, mas naquela cidade nasceu.
Lisboa. O começo desse desvario foi uma troca de farpas, no Instagram, entre a atriz global Luana Piovani e o jogador Neymar, da seleção brasileira. Ela, com modestos 5,4 milhões de seguidores, não tinha o que perder; ele com muito mais, 221 milhões, sim; e os dois com inveja de Cristiano Ronaldo, o ser humano mais seguido no planeta, com 631 milhões ‒ mais de 3 milhões de dólares por postagem e faturamento no aplicativo, ano passado, de 107 milhões de dólares.
Advogado analisa as decisões solitárias do ministro do STF no caso Odebrecht
Sob o título "Não está certo", o artigo a seguir é de autoria do advogado e escritor José Paulo Cavalcanti Filho, membro da Academia Brasileira de Letras.
Lisboa. Frei Luis Ponce de Léon era, desde 1561, catedrático de Teologia na Universidade de Salamanca (Espanha) ‒ famosa inclusive por ter como símbolo, a partir do bestiário medieval, uma rã. Processado em Auto de Fé, pela Inquisição espanhola, foi retirado a meio da classe; e permaneceu preso, em Valladolid (capital da comunidade autônoma de Castilla y León), de março de 1572 a dezembro de 1576. Mas acabou, no fim, declarado inocente.
As águas perseguem os homens desde Noé. São comuns a todos os povos os relatos de dilúvio. Há descrição na mitologia e nas religiões. A Bíblia diz que o mundo era somente água e que Deus, depois que fez a Terra e o homem conheceu o pecado, resolveu voltar o mundo todo ao aspecto primitivo aquoso, fazendo o dilúvio, mas salvando os bons homens e os animais.
Fernando Pessoa disse, um dia, "Tenho saudades de mim" (em Há quase um ano não escrevo). Se assim for, creio que posso também dizer quero tirar férias de mim. Porque nosso Brasil anda complicado. E chato. Faltam esperanças, desalentos sobram. Faltam caminhos, porteiras sobram. Faltam horizontes, sobram tristezas. Falta luz, sobra sombra. O otimismo, que teima em sobreviver nas entranhas dos brasileiros, vai sendo impiedosamente soterrado.
Mais conversas, hoje só da terrinha, em livro que estou escrevendo (título da coluna)
"O que há num nome?", se pergunta Shakespeare (em Romeu e Julieta). Porque, nesse nome, pode haver tudo e nada, amor e perdição, liberdade, sonho, mistério, miséria, Destino, tragédia, o espanto. E por trás dele sobrevivem, com frequência, todas as contradições da alma humana.
Está circulando a ideia de formar nova Comissão Nacional da Verdade. Com algum outro nome, talvez. Antes de prosperar, seria bom ver que precederam a brasileira, no mundo, outras 40 comissões semelhantes. Mais notória sendo a da África do Sul, criada em 1994 por Nelson Mandela e sob direção de Desmond Tutu ‒ um arcebispo da Igreja Anglicana que foi prêmio Nobel da Paz dez anos antes. Com diferenças, entre essas e a nossa.
O melhor, para quem escreve, é merecer resposta dos leitores. Segue uma prova. Na primeira coluna depois das férias (Ainda Bem), contei a história de notícia, no zap, sobre minha morte. E os amigos comentaram. A ver, alguns (entre muitos) deles:
De volta às conversas, hoje só no assunto cemitérios e afins, em livro que estou escrevendo.
Luís Vaz de Camões veio da pequena nobreza – assim se dizia, na época, dos nobres sem casas nem títulos em Portugal. Desde jovem, passava dias e noites pelas ruas entre pedintes, arruaceiros, prostitutas, desvalidos. Ou nas tabernas. E escrevendo versos, quando possível, às vezes em troca de gorjeta. Ou comida.
Volto a escrever no JC depois de férias. E já digo qual a notícia que mais me preocupou, durante esse tempo em que andei longe das folhas ‒ a da minha morte.