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Artigos

  • Ano Velho

    Folha de São Paulo, em 31/12/2010

    Nos meus tempos de menino, Pinheiro e São Bento, terras em que nasci e onde passei minha infância, na casa do meu avô, os bichos ali existentes faziam parte do nosso afeto. Não eram muitos, mas pelo quintal pastava sempre uma vaca parida para o leite fresco. Quando viajei ali estava Severina, boa de leite. Outra de que me recordo era a Beijosa, mansa e fácil de ordenhar. Havia também um cachorro, Seu Zezé – latia muito, mas não gozava da fama de ser valente.

  • Um ano de incertezas

    Brasil Econômico, em 29/12/2010

    O ano de 2010 foi marcado pela falta de segurança na economia mundial, decorrente da crise deslanchada em 2008, que ainda se faz sentir. Em certos países seus efeitos continuam se agravando, em outros ela dá sinais de arrefecimento. O certo é que se fala em economia globalizada, que existe, sim, mas não é igual em todos os espaços econômicos.

  • Notas das noites-boas

    O Estado do Maranhão, em 26/12/2010

    O Natal é, das festas populares, aquela que tem um significado sem apoio na razão. É um mistério jamais desvendado, que somente se apoia na fé e no dogma. Só ela nos faz recolher deste dia tudo de transcendente que é a aliança de Deus com os homens. Deus, senhor de todas as coisas e do mundo, manda a este planeta azul um menino, seu filho, para que não estejamos sós na face da Terra. Ele nos dará confiança e apoio nas nossas desilusões e nos ajudará a cantarmos as aleluias de ação de graças nas nossas alegrias.

  • Não às armas

    Brasil Econômico, em 15/12/2010

    A América Latina é o continente mais pacífico do mundo. Não faz parte de nossa história atacar uns aos outros. As guerras datam de mais de 70 anos. Depois não houve nada com a violência da Guerra do Paraguai ou da Guerra do Chaco; os conflitos, como entre Peru e Equador ou o caso das Malvinas, foram limitados em perdas humanas.

  • Ler e viajar nas palavras

    Jornal do Brasil, em 10/12/2010

    O notável discurso que Mario Vargas Llosa pronunciou ao aceitar e receber o Prêmio Nobel é uma peça literária, destas que recentemente não é fácil encontrar. Profissional da escrita, fez o que um escritor do seu porte não dissimula na controvérsia de gerar dúvidas existenciais: o elogio da leitura e da ficção, descritos na magia do que constrói tudo isso, a palavra.

  • Tolstói, um centenário

    Folha de São Paulo, em 26/11/2010

    Há 100 anos morria Tolstói na pequena estação de Astapovo, de uma pneumonia que pegara no terceiro dia de sua fuga de casa, no frio do inverno russo e da terceira classe do trem em que viajava. Fugia no desencanto do fim de sua vida, quando abandonara todos os valores que construíram sua celebridade como escritor para fazer uma peregrinação tão intelectual como corporal, em que não sabia bem aonde queria chegar, carregando ideias de pacifismo, negação de si mesmo e uma revolta interior que o faziam voltar à sedução do anarquismo.

  • Presidenta ou presidente

    Diário da Manhã (GO), em 19/11/2010

    As palavras vivem e morrem. A língua está em constante transformação. Não é estática. A todo momento recebe as influências do cotidiano, surgindo novos vocábulos, neologismos que em geral vão buscar suas formas no modo de viver, nos costumes, no comunicar do povo. Said Ali, com sua grande autoridade, em seu "Dificuldades da Língua Portuguesa", diz que "nem tudo quanto está nos clássicos é para se imitar".

  • Direita ou esquerda?

    Brasil Econômico, em 17/11/2010

    Enquanto a Europa em crise está majoritariamente em mãos conservadoras, a América Latina pende à esquerda e vai cada vez melhor. A crise americana de 2008 — que está agora abrindo o capítulo da guerra cambial — atingiu todo o mundo.

  • Um Senado sem Tuma

    Folha de São Paulo, em 29/10/2010

    O Senado, dizia Milton Campos, é uma Casa em que, além da convivência política, por sermos poucos e passarmos muitos anos juntos, se criam relações de amizade e de afeto que muitas vezes se transformam quase em irmandade.

  • Tiririca e suas dúvidas

    Folha de São Paulo, em 22/10/2010

    Não é tão simples assim a análise do caso Tiririca, que está oscilando entre o jocoso e o jurídico. A verdade é que há várias implicações gramaticais e pedagógicas envolvidas nessa difícil definição de analfabeto. 

  • Um Natal em Amarante

    Folha de S. Paulo,, em 25/12/2009

    Esta é uma história de meu avô, acontecida há mais de cem anos. Nordestino andante desses que viveu em muitos lugares, desde Valença, no Piauí, passando pelo Ingá do Bacamarte, na Paraíba, até acalmar-se no Maranhão, onde fez roças, enfrentou malárias e teve até um neto que foi presidente da República.

  • Beatriz

    Folha de S. Paulo,, em 18/12/2009

    No hábito de ler diariamente os jornais do Amapá, dei de frente com uma história triste, que se torna bela pela carga de sentimento humano que encerra.

  • Adão voltará, Eva talvez

    Diário do Amapá,, em 23/11/2009

    Lévi-Strauss, há 50 anos, disse no seu famoso "Tristes Trópicos" que o principal poluidor da Terra é o homem. Daí, talvez, pudéssemos retirar um aforismo: se é o homem o responsável pela poluição, seria ele que deveria acabar. Mas não é esse o problema, e sim o de salvar a natureza para o homem. Em 1972, fiz talvez o primeiro discurso no Parlamento brasileiro sobre ecologia, com uma visão científica e fora do ufanismo romântico das belezas naturais e sua conservação.

  • Fungos na democracia

    Folha de S. Paulo,, em 30/10/2009

    A América Latina ofereceu ao mundo, nos anos 80, a maior onda de democratização depois da Segunda Guerra Mundial. O processo foi indolor, sem a violência e as guerras da descolonização na África e na Ásia.

  • A panela dos poderes

    Folha de S. Paulo,, em 23/10/2009

    Com o passar dos anos, já é possível ver as consequências que vão surgindo e as tendências que se vão formando com a nova (?) Constituição de 1988. Acho que essa avaliação está passando ao largo dos estudiosos do direito e da sociologia política. A verdade incontestável é sua ambiguidade, sua dupla face: uma com normas próprias do regime parlamentarista, outra do presidencialismo predominante.