Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > Vive la France!

Vive la France!

 

Prefiro Ségolène à Sarkozy. Desde a Terceira República não há mulheres no governo francês.


Realiza-se no dia 6 de maio o segundo turno das eleições na França. Devem disputar a Presidência da República dois candidatos: Nicolas Sarkozy e Ségolène Royal. O maior fenômeno nesse caso é que uma mulher disputa a Presidência e seu concorrente conta com o apoio da mídia francesa em geral. Ségolène Royal tem o charme francês e tem sido, inesperadamente, atualíssima. Apresentou dois anteprojetos que, se adotados, virão dar enorme impulso à judicatura.


Confesso pessoalmente que prefiro Ségolène à Sarkozy. Evidentemente, não tenho nada de pessoal contra ele indo a favor a dela, mas desde a Terceira República não há mulheres no governo francês, exceção feita aos ministérios ocupados por mulheres brilhantes, como sempre ocorre na França. Ségolène Royal é uma dessas mulheres, que se diz na França serem notáveis, mas que merecem a primeira magistratura. Daí o meu voto, de um estrangeiro que ama a França e que passou os melhores tempos de sua vida na Côte d’Azur. A candidata Ségolène Royal é uma inquebrável lutadora, que entrou na luta obedecendo aos princípios de sua carreira e determinação imperativa, que a quis como candidata capaz de vencer o duro pleito, como se viu.


O outro candidato, Nicolas Sarkozy, é querido na mídia francesa, que é poderosa, e pode vencer o pleito de maio próximo. O sistema francês é curioso. O presidente sempre foi um respeitável cidadão, bien pensant inâugure les crysanthème, como dizia o general De Gaulle. Agora, a Presidência vai para um direitista, Sarkozy, ou para uma moderada, entre direita e esquerda, Ségolène Royal. Ela tem suas fraquezas socialistas, mas é do socialismo francês, que tem a fábrica de aviões AirBus...


A esse respeito, os políticos franceses, todos com títulos que os capacitam a agir no bem comum, vão decidir se entregam a França a Ségolène ou a Sarkozy.


Diário do Comércio (SP) 25/4/2007