A reação do país a esses atos terroristas precisa ser a mais enérgica possível. Para desestimular outras manifestações e ensinar aos perdedores que a democracia tem duas faces?
É inacreditável como existem bolsonaristas que não admitem que o seu líder fomentou essas manifestações golpistas dos últimos tempos. Foram ações que vão custar muito a serem esquecidas, até pelo seu claro e inequívoco ineditismo.
Uma coisa é lamentar o resultado do pleito presidencial. Outra coisa é tentar o golpe injustificável e, hoje, impraticável. Não há clima para isso e a reação internacional foi tão robusta que desencoraja qualquer tentativa de agressão à Constituição brasileira ou aos direitos dos seus cidadãos.
Veja-se a que ponto chegaram os criminosos, financiados por figuras que irão pagar por suas atitudes. Invadiram três palácios tombados historicamente pela lei brasileira. Não contentes com isso, depredaram os bens públicos. Chegaram ao absurdo de furar em seis lugares um quadro maravilhoso do estimado pintor Di Cavalcanti, glória da arte brasileira. Qual o sentido disso? Vingança, nessa altura do campeonato, é o que menos se justifica. E agora, quem paga pelo estrago ou pela perda de um bem cultural de valor inestimável?
Sou instado por colegas imortais a me manifestar como membro da Academia Brasileira de Letras. Saudamos em época própria o valor da democracia e o respeito às urnas, como é devido. Agora, temos a lamentar o inconformismo dos perdedores, na reação absurda e sem futuro dos que não se deram bem na eleição de 3 de outubro. Temos um novo presidente, com 37 ministros, e quatro anos pela frente para fazer o governo esperado por todo o povo brasileiro. Quem não se conforma com isso tem a alternativa de mudar de país ou calar-se para sempre. O que não pode é engrossar o coro dos terroristas.
A reação do país a esses atos terroristas precisa ser a mais enérgica possível. Para desestimular outras manifestações e ensinar aos perdedores que a democracia tem duas faces.
Quem perde precisa se conformar e, se for o caso, preparar-se para outra rodada, quatro anos depois. O golpe é que não se coaduna com os nossos princípios.
Viva o império da lei!