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A taxa de juros de sempre

 

A taxa Selic já deu o ar de sua sua graça, reduzindo os juros em meio ponto, considerada baixa pelo presidente Lula. Sabemos de sobra que a taxa de juros está ungida à fórmula de combate a inflação, essa praga que ainda nos provoca e é indesejada por todos e em todas as classes sociais.


É muito difícil fazer previsões em economia, mas no atual momento econômico as autoridades do Ministério da Fazenda e do Banco Central não têm outra opção para combate ao perigo inflacionário se não jogar com a taxa de juros.


Temos uma memória fraca dos problemas que enfrentamos todos os dias. Um deles é a inflação, que nos perturbou durante anos seguidos. Lembram-se os leitores que a correção monetária foi introduzida na execução política da economia e foi desvirtuada. Tínhamos uma realimentação constante e evolutiva no processo inflacionário. Daí o sucesso do Plano Real.


Reconhecemos que todos os empresários têm razão quando criticam a política de juros altos do governo. Mas, ainda que o presidente e muita gente estranhe que não se tenha solução para o combate inflacionário, a solução do plano Real mereceu os melhores elogios pelos resultados obtidos.


Uma política social digna desse nome se preocupa nos meios empresariais e no Ministério da Fazenda em manter a classe trabalhadora e a classe média inferior, que enfrentam problemas não raro incontornáveis, e necessitam de apoio político para não perderem o mínimo que lhes restam do resultado do desenvolvimento.


Reconhecemos que não é fácil executar uma política econômica que atenda a todos os interesses de todas as classes, mas pelo que se alcançou no passado e até agora com o Plano Real, dependemos da taxa de juros.


É esse o imenso busilis que o governo tem que decifrar para satisfação relativa da maioria demográfica do Brasil.




Diário do Comércio (São Paulo) 31/10/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 31/10/2005