São Paulo é uma das poucas grandes cidades do mundo onde não é, ainda, possível residir no centro.
Em Paris, Londres, Roma, Madri, Nova York, e outras grandes cidades, residir no centro é, mais do que prazer, a exploração da utilidade conjugada com a satisfação em habitar uma faixa de território urbano que é dos melhores para o morador levar uma vida agradável, com todas as facilidades de uma metrópole, como São Paulo.
Foram as vantagens de residir no centro que o nosso jornal procurou demonstrar em seu número primeiro deste mês, quando publicou um mapa do centro, desde o ponto de partida até os limites considerados centrais para todos os efeitos, desde os fiscais até os habitacionais.
Quem teve a oportunidade de compulsar o jornal, e prestar atenção no mapa oferecido aos leitores, ficou sabendo o que é possível fazer na região central de São Paulo; podemos dizer que muito mais do que nos Jardins, embora sem o atrativo verde destes últimos.
Reconhecemos que não é fácil a realização de toda uma obra de remodelação do centro, mas a engenharia, a colaboração privada, os interesses de milhões de pessoas podem juntar-se e fazer do velho centro, onde foi bom habitar, em outros tempos, um presente aos paulistanos e forasteiros que vêm habitar a cidade para o trabalho, o lazer e o prolongamento saudável da vida, com os recursos postos á disposição de todos pelo comércio e a indústria.
Tenhamos, pois, interesse no centro recuperado, depois de degradado pela mudança geográfica da cidade para os Jardins - que têm charme, sem dúvida, e que não o perderá, mas o centro também reconquistará o seu charme.
Tudo é possível fazer no mundo moderno e numa cidade com os meios de que dispõe São Paulo. Basta um governo bem intencionado e disposto a levar a cabo uma empresa de recuperação urbana como já planeja, que teremos, de novo, uma conjunção de ruas, avenidas e praças à disposição do paulista e outros interessados.
Diário do Comércio (São Paulo) 09/02/2005
Imprimir