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A privatização da Vale

 

Em boa hora a Vale do Rio Doce foi privatizada, tornando-se uma grande organização econômica e assim colocando o Brasil num posto avançado entre os países economicamente democráticos, impondo-se perante os seus concorrentes estrangeiros como um gigante da mineração. Agora, a Vale do Rio Doce comparece sozinha na venda da Ferrovia Norte-Sul, que será explorada por essa grande empresa a partir da sua posse na gestão empresarial.


A transformação do Estado, de administrador da coisa pública em administrador vitalício de empreendimentos econômicos, adveio no mundo do totalitarismo do século XX, principalmente da extinta União Soviética, que criou mais de setenta ministérios para administrar mal, sempre mal, as riquezas minerais e econômicas das várias nações que compunham a União.


Somos contrários ao Estado como administrador de entes econômicos, pois não é função do Estado digerir empresas econômicas, mas sim fiscalizá-las, para que não extrapolem em seus objetivos empresariais.


A Vale do Rio Doce transformou-se numa das primeiras empresas do mundo em mineração graças a privatização, o que não ocorreria com os governos socializantes anteriores e posteriores à Revolução de 1964, quando correu uma invasão do setor privado pelo setor público, que culminou com a adesão mesma do papado, na sua Encíclica do Quadragésimo Ano , do Papa Pio XI, que a certa altura de seu doutrinamento entendeu de justificar a estatização de empresas econômicas do patrimônio geral e não a abertura ao público interessado através de ações.


Foi essa posição que deu força à estatização das empresas, fato que veio a ser revertido já no fim do Século XX e início do Século XXI, em que a maioria das empresas estatais do mundo foram convertidas em empresas privadas, com acionistas e investidores particulares, cabendo mencionar aqui o grande feito que foi a privatização da Vale, que como outras empresas brasileiras foi privatizada para facilitar o seu desenvolvimento. Ficou referido ao Estado o papel do fiscalizador das empresas econômicas em favor dos seus acionistas, respeitada a Lei das Sociedades Anônimas .


Assim sendo, reiteramos aqui a nossa adesão ao setor privado na economia e ao papel que cabe à Vale do Rio Doce no desenvolvimento ferroviário do Brasil central.


Diário do Comércio (SP) 8/10/2007