Os gregos criaram a palavra meteco , que é ou o estrangeiro desnacionalizado ou o estrangeiro que devasta terras de outro país. Sucintamente é esse o seu significado. Proponho-o para o Brasil.
Durante o governo Fernando Henrique Cardoso defendi a criação de um exército para atuar na Amazônia, do Amazonas ao Pará. Não fui ouvido, pelo simples e elementar motivo injustificável de que os governos brasileiros não ouvem os eleitores, como, ao contrário, fazem os Estados Unidos e os países da União Européia.
O governo Fernando Henrique não cuidou do problema da desertificação da Amazônia e o de Lula muito menos. As queimadas continuam, embora denunciadas como desertificadoras desde o começo do Século 20 pela fascinante carreira de Monteiro Lobato, que se iniciava nas letras com uma carta sobre o assunto publicado no O Estado de S. Paulo , mas foi inútil a acolhida ao brilhante, saudoso escritor, que tanto encantou a infância do Brasil.
As queimadas continuam, agora, principalmente na invasão da Amazônia pelos metecos nacionais, isto é, os desnacionalizados, os antipatrióticos do Brasil, os que põem o dinheiro acima de tudo, acima dos maiores interesses da nação. Se for preciso matar os protestadores, mata-se, como no caso da freira americana.
Não estou usando palavra vazia. O meteco pode ser brasileiro, quando se desnacionaliza, e pode ser estrangeiro, quando vem comprar dos invasores clandestinos de terras férteis as madeiras de lei, como o mogno, que tem sido exportada pelos metecos até para o Extremo Oriente.
Daí o meu protesto às autoridades, que têm o dever de cuidar dos interesses do Brasil e não o fazem. Está aí o exemplo imperativo, sem merecer a atenção a que faz jus.
Mas sempre é tempo, quando a desertificação não entrou em concorrência geográfica com o deserto do Saara, que já aumenta, invadindo os países vizinhos na África.
O problema se resolve com energia e também com simplicidade. Basta punir os metecos.
Diário do Comércio (São Paulo) 29/06/2005