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O Tibete e o Dalai Lama

 

Não se justifica a birra chinesa contra o Tibete, que resiste e não dá mostra de renúncia aosseus deveres espirituais.


Vou me lembrar de Dalai Lama no futuro como um pigmeu em face de um gigante armado de todos os dentes. Ele enfrenta a República que fez o mundo ficar estupefato pelo seu gigantismo e pelo seu desenvolvimento rápido, num sistema híbrido que somente deu resultado na China do Partido Comunista.


O Dalai Lama sofreu já a primeira invasão do seu Tibete e agora sofre a segunda invasão. Os chineses são hábeis, historicamente falando, em arranjar maneiras em apoquentar os seus inimigos até esgotá-los, mas isto não está ocorrendo com Dalai Lama, que resiste e não tem se desesperado por não corresponder aos que pregam os chineses do partido.


O Dalai Lama é um chefe religioso na China comunista, não cedeu até hoje e não dá provas que cederá, embora já tenha feito declarações que abandonará a política.


É um homem sem armas com os seus seguidores no Tibete capazes de enfrentar gigantes como a China. Ele é capaz de não ceder sua liderança espiritual, que prega por onde passa, como já ocorreu aqui no Brasil. Dalai Lama não descansa um só um minuto na sua pregação e na sua doutrina espiritual que promete o Céu a quem o segue.


Não se justifica agora a birra chinesa contra o Tibete que, no entanto, não dá mostra de cansaço, nem de fadiga e nem de renúncia aos seus deveres espirituais.


É essa uma luta inglória como foram as anteriores da qual saiu vencedor o mais fraco, o Dalai Lama. Os chineses ameaçam o mundo com suas mercadorias a preços baixíssimos, mas o mundo não se deixa enganar pelo sistema comunista que prevalece na China. Um sistema que procura incentivar nas suas usinas e nos seus pedidos de mercadorias o atendimento ao Partido Comunista, todo ele chinês nas suas manifestações e sinófilo na estrutura, e que pretende ter acesso ao mercado mundial.


O Dalai Lama não interveio nessa dubiedade e ficou distrito à sua pregação espiritual querendo do Tibete uma República teocrática em que ele governe sem exercer cargo público. Foi essa China que o Dalai Lama enfrentou e está enfrentando com denodo e patriotismo, para acabar vencendo o colossal adversário com a vitória do espírito sobre a matéria.


É esta a lição que ele nos dá no seu longínquo exílio.


Diário do Comércio (SP) 20/3/2008