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O mundo no vermelho

 

O nosso DC deu o título exato à situação econômica do mundo. Todos nós estamos no vermelho! No comentário que dediquei à crise americana, tive oportunidade de citar a entrevista do economista Nuno Câmara publicada por O Globo , onde ele dizia que o Brasil mantém grandes investimentos imobiliários e que poderia ser afetado pela crise decretada nos EUA, com os seus títulos imobiliários encalhados nos bancos pelos incorporadores inadimplentes.


Mas temos que mudar de opinião, em face da alta do dólar e da queda das bolsas, tanto nos EUA como no Brasil, além de outros países, que seria longo arrolar. Verifica-se, agora, mais uma vez, que a economia americana comanda a economia do mundo e o que entra em crise na união americana repercute fatalmente com mais e menos intensidade no resto do mundo, inclusive com títulos imobiliários para os quais se formaram conjuntos de socorristas na Europa e na Ásia.


Vivemos numa só sociedade humana, embora dividida pelas nações que se formaram ao longo do tempo. Uns dependem dos outros, e quando a crise tem o tamanho dos EUA e o vigor da sua economia, nosso risco é maior. O dólar acima da paridade internacional vai encarecer as importações e as exportações, afetando, desse modo, nosso país, que depende dos mercados americanos para manter quentes a importação e as suas exportações.


Estamos numa outra crise, desigual em relação a de 29, mas não obstante pode ser uma crise de grandes proporções, que pode demorar e arrostar um número não previsto de nações, inclusive do Brasil. O momento é, portanto, de poupança, para suportar os rain days , como dizem os ingleses, vindo a recair sobre as classes menos favorecidas os impactos da desvalorização da moeda internacional e a falta de cotação bursátil dos títulos imobiliários americanos em Wall Street.


Vê-se que as economias são paralelas, e mesmo interdependentes, o que leva as autoridades monetárias a um estremecimento mais sensível diante de crises formidáveis como a que está abalando o mundo, levando-o, repetimos, para o vermelho.


Diário do Comércio (SP) 17/8/2007