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O movimento do MST

 

Há muito tempo nós alertamos o Estado, no caso o governo federal, para a audácia do Movimento dos Sem-Terra (MST), que se aproveita da fraqueza governamental para amedrontar lavradores desarmados e invadir próprios do governo em instalações que servem as empresas privadas, estabelecendo o pandemônio no interior do País. Temos o exemplo recente de Pernambuco. Desta vez o MST não reivindica nada, pois a reforma agrária está sendo feita de acordo com o interesse dos lavradores sem terra. Não tem razão, portanto, o MST ao paralisar uma ferrovia e ainda uma das mais importantes mineradoras do Brasil, a Vale do Rio Doce.


Essa situação pré- revolucionária revela um Estado enfraquecido na sua capacidade de decisão, que deveria pôr cobro às invasões de empresas privadas que têm garantir seus funcionários.


A Vale teve um prejuízo de R$ 22 milhões com a paralisação e mais 5 mil trabalhadores foram prejudicados com as interrupções do transporte de minério.


Não é de hoje que o MST faz as suas levando o desassossego no interior do País, como ocorreu em Pernambuco, não faz muito tempo, e em outros Estados vizinhos, em menor escala. Até hoje, nenhuma providência foi tomada para coibir esses excessos dos Sem-Terra, obrigando-os a permanecer no fluxo da lei que os protege excepcionalmente bem, quando impede ações contrárias ao movimento revolucionário que se convencionou a chamar de Sem-Terra, para a facilidade dos abusos que estão sendo praticados.


A propriedade privada é, por exemplo, uma garantia constitucional da Constituição em vigor, e deveria ser protegida pela Justiça e pelo Executivo Federal. Mas este, ao contrário do que se supõe, vê com moderação movimentos como esse, tachando os mesmos de legítimos, quando na verdade, espalham a desordem pelo campo. E agora, como vimos numa ferrovia estratégica da Vale do Rio Doce, que foi obrigada a contabilizar prejuízos nos seus negócios e no transporte de minério de ferro, vital para o seu funcionamento.


Esta aí o que dá a reforma agrária dos governos sucessivos que não garante com leis eficazes o funcionamento das instituições livres e particulares que crêem no governo.


Diário do Comércio (SP) 23/4/2008