Não obstante Rául Castro tenha sido substituto de seu irmão na presidência de Cuba várias vezes, não tem ele os predicados que se exigem de uma pessoa como Fidel Castro para governar Cuba e pô-la no caminho certo nos seus negócios políticos e econômicos. Quem conhece a situação de Cuba na pré-chegada de Fidel Castro no governo sabe que a economia cubana era excelente pelo açúcar exportado, e que Cuba tinha prioridade dos fornecimentos europeus e americanos, nunca contestados.
Os outros produtos da indústria cubana, as bebidas, por exemplo, tinham larga aceitação, assim como os charutos, fumados em abundância pelos apreciadores de todo o mundo. São estes produtos das fábricas cubanas que caíram em decadência depois da ascensão de Fidel.
Como dissemos em artigo anterior, Fidel Castro tinha todas as notas pessoais para exibí-las em público como um dom manifesto de governar, mas não sabia ele que esses dons, dos quais ele era portador, não coincidiam com um regime ditatorial que ele conservou intacto e até aperfeiçoado durante um período de 49 anos.
Fidel Castro tinha muitas distinções pessoais, mas insistiu em ficar adjunto a um regime ditatorial prolongado em que a palavra última dada na ilha era a dele, tendo ele feito promessas não cumpridas ao papa João Paulo II, que foi à ilha para convertê-lo à maturidade política, mas não conseguiu.
Agora, com seu irmão no governo de Cuba a situação vai mudar, por quanto não se trata de uma duplicata de cidadão gestante que vai fazer uma reprodução do que fez seu irmão no poder.
Temos, agora, em Cuba, um problema a resolver com espírito lógico e virtuoso para aproveitar o tempo em que Fidel Castro foi governador de Cuba. Raúl Castro terá que mudar a política cubana, terá que aliviar a situação do povo cubano em que diz respeito sobre sua vida cotidiana para melhorar a situação daquele povo que dispõe de uma base econômica saudável.
Cuba irradiou para o mundo a sua simpatia e os seus produtos industriais, o seu esporte, a sua música e a sua literatura. É preciso levar em conta esses fatores antes de condená-la pelos 49 anos de ditadura de Fidel Castro. Ficamos por aqui desejando que Cuba recupere a sua vista de todo mundo.
Diário do Comércio (SP) 29/2/2008