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O direito ao conhecimento

 

Não podemos criticar os que somente teorizam sobre educação, sem ter a mínima experiência prática. Há lugar também para eles. Nada melhor, no entanto, do que ir a uma escola, compulsar a agitação dos professores no momento das matrículas, visitar sua biblioteca, cheirar a tinta das reformas indispensáveis.


Foi o que nos ocorreu, no Colégio Estadual Heitor Lira, na Penha, inaugurado por Gonzaga da Gama, em 1969. Os seus 1.500 alunos passaram a contar com um laboratório de informática, dentre os 280 instalados no atual Governo, adquiridos pela Secretaria Estadual de Educação, por inspiração da professora Maria Eugênia Stein, Subsecretária de Planejamento, Controle e Integração da Rede Pública. São aparelhos lindos, modernos. Cada laboratório com, no mínimo, dez novos computadores, capazes de levar o anseio do conhecimento às mais longínquas paragens. Na nossa opinião, uma forma concreta de democratizar o acesso a todas as matérias, como vimos na demonstração feita: aulas de química (etanol), geometria (projeções cônicas), botânica etc. Isso reduz o fosso que nos separa das nações mais desenvolvidas.


Com essa inauguração, tendo ao lado um Centro de Telemídias, alcançamos 740 laboratórios, praticamente cobrindo mais de 50% da rede estadual de educação. Assim se chega às tecnologias da informação e da comunicação, mesmo se tratando de uma região mais carente. Há um Núcleo de Tecnologia Educacional, duas salas de capacitação de professores, um teleposto, um auditório e uma biblioteca. Com a palavra otimização na cabeça, ouvimos a professora Vânia informar que o teleposto poderá aumentar e atender às demais escolas da região, num processo inteligente de interação.


"O nosso auditório tem tablado, data-show e é equipado com uma pequena ilha de edição, garantindo melhor futuro para todos", disseram-nos os professores Lídia Theodoro e Maurício de Castro. O "Heitor Lira", escola tradicional na formação de professores, tem 96 alunos matriculados em quatro turmas do ensino fundamental. Tem o respeito e a admiração da comunidade, que nele reconhece os bons serviços prestados à educação.


Ainda há um registro a ser feito: o projeto tem o apoio do Ministério da Educação e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que empresta alguns dos seus técnicos para a fase de treinamento inicial. É claro que não se trata de um trabalho pronto. As técnicas evoluem com rapidez supersônica, necessitando de ajustes periódicos. Seria um risco que não devemos desprezar de, em pouco tempo, estar utilizando uma série de conhecimentos superados nas matrizes internacionais. Devemos trabalhar com uma tecnologia de primeira, atualizada, para que não se tenha qualquer dúvida sobre a qualidade dos nossos conhecimentos.


Tecnologia da Esperança. Há muitos anos escrevemos um livro, destinado a professores e especialistas, com a finalidade de abrir caminho, na mente dos estudiosos, para os fenômenos da Informática. A esperança, hoje, é realidade. Já estamos lidando com incríveis equipamentos e uma adesão entusiástica dos interessados. Pena que não haja recursos financeiros para que cada brasileiro tenha o seu computador. Hoje, há apenas 22 milhões em residências.


Jornal do Commercio (RJ) 29/12/2006

Jornal do Commercio (RJ), 29/12/2006