Desde que assumi a presidência do CIEE/Rio, preocupo-me com as atividades dos indivíduos portadores de deficiências físicas. No Brasil, segundo dados do Censo, existem 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual severa, das quais 506 mil são irremediavelmente cegas. Ocorreu-me, então, propor ao professor Carlos Alberto Serpa, presidente da Fundação Cesgranrio, a criação de um organismo, em parceria com o CIEE, para dar vida ao Coral Sidney Marzullo, em homenagem a quem se dedicou, na União dos Cegos, a um longo trabalho voltado para os deficientes visuais.
É importante frisar o compromisso do CIEE com os deficientes físicos. Fizemos um convênio com a Embratel e contratamos um grande número deles para realizar trabalhos efetivos, mesmo reconhecidas as suas limitações. Outra experiência vitoriosa é a realizada com a Unicarioca (Construindo com a Diversidade). Depois de uma palestra efetuada no Instituto Benjamin Constant, Deivison Luiz Dias Barrreto, de 26 anos, é um case de sucesso. Foi contratado pela Unicarioca e hoje ocupa o cargo de operador de telemarketing da instituição. São suas palavras: “Aprendi que, mesmo com a deficiência, é possível crescer e se desenvolver no mercado de trabalho igual a qualquer pessoa. Fazendo parte do projeto, consegui uma vaga no mercado de trabalho, tornei-me mais responsável e independente, além de poder passar para outras pessoas o exemplo de que é possível, basta não desistir.”
É claro que Deivison não é um caso isolado na Unicarioca, pois as oportunidades estão abertas a outros deficientes, desde que movidos pela mesma e inquebrantável força de vontade. Nesse aspecto, vivemos novos tempos.