O Brasil é o baluarte de uma esquerda no regime democrático e de como vamos à linha de frente nos tempos do Estado Islâmico – sem contar o perigo da retomada do bushismo e a torna à “guerra de religiões” nos Estados Unidos A recente reunião do Conselho das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações marcou a aceleração histórica dos últimos meses, na acumulação de seus impasses. De saída, pela convicção internacional de que não se abaterá o Estado Islâmico, a não ser por toda a amplitude de uma guerra terrestre, no que hesita, ainda, larga parte do Ocidente e, sobretudo, a unanimidade da América Latina, no recado ora reforçado por Dilma nos Estados Unidos. O que estaria em causa é, ainda, a possível quebra do califado, frente aos novos dissensos da Al-Qaeda, no seu seio, e a possível quebra do extremismo de Abu Bakr. De imediato, constata-se, também, a expansão dos jihadistas vindos do Ocidente, que passaram de 20 a 30 mil no último trimestre. A ruptura do Isis vai, agora, ao próprio abate da memória, e de todo o passado, na destruição dos monumentos-relí-quia babilônicos e sumerianos, a partir dos tesouros de Palmira.
Vai às Nações Unidas, também, agora, a interrogação quanto ao apoio brasileiro junto ao Tribunal de Haia, liderado pelo Egito, contra o embargo avançado pela Alemanha à imigração maci- ça proveniente do Oriente Médio e da África do Norte ao Mediterrâneo europeu. No apelo à Carta dos Direitos Humanos, o que se questiona é a ampliação planetária do direito de ir e vir.
O Brasil ganha evidência nesses reptos, também, diante das proporções tomadas pela diáspora haitiana, e o questionamento, hoje, feito ao nosso governo, da acolhida da dupla nacionalidade para esses migrantes no norte do país.
Ampliando, ainda, a interrogação de nossos dias quanto à convivência das culturas, as Nações Unidas valorizam a importância do Brasil na manutenção do português, em clara contração internacional, frente ao crioulo, em Cabo Verde; ao francês, na Guiné-Bissau; e ao inglês, em Mo- çambique. E é dentro dessa visão do largo prazo que ecoa, hoje, entre nós, a amplitude do presente recado de Obama, em face da gravidade de uma vitória republicana no próximo pleito, na sequência dessa inquietante virada à direita comandada pela Inglaterra, de Cameron. Nesse contexto, só a salientar o quanto o Brasil é o baluarte de uma esquerda no regime democrático e de como vamos à linha de frente nos tempos do Estado Islâmico – sem contar o perigo da retomada do bushismo e a torna à “guerra de religiões” nos Estados Unidos.