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O atraso da Petrobras

 

No ano em que comemora 50 anos de existência, que foi alvo de campanhas favoráveis e desfavoráveis, garantindo aos comunistas da época que o petróleo é nosso e dando razão aos críticos que afirmavam ser o petróleo dos árabes sauditas e do Golfo Pérsico, onde entram, também, os islâmicos. O cinqüentenário foi comemorado com ênfase, provavelmente com mesas fartas e fogos de artifício, sustentando a afirmação de que seremos independentes dentro de muito pouco tempo.


Mas, as notícias que circulam nesse amplo e importante setor, acabam de tirar a alegria dos petroleiros e administradores da Petrobras, incluindo nessa decepção os membros do governo do presidente Lula, que estavam ansiosos para dar vivas à independência já no ano próximo e terão de esperar, não se sabe quanto, pois a importação do petróleo pela Petrobras, para a manutenção do parque industrial e as necessidades do país já atingiram 54%, e podem subir mais.


Não se nega que a Petrobras fez progressos. Damos a mão à palmatória, pois não poucas vezes criticamos a empresa por sua lentidão em nos suprir do óleo, necessário às múltiplas aplicações dele, pela indústria do país, pelos transportes, por tudo, enfim, que exige o bruto para fazer andar a economia. Ao transcorrer seu centenário, a elogiamos, embora desejássemos que o Estado fosse menor na sua administração, pois cremos muito mais na iniciativa privada do que no poder público.


O motivo dessa crise que a Petrobras enfrenta está dentro dela mesmo. É o atraso a construção das plataformas, o acidente com uma delas, que se perdeu, e a dificuldade industrial de substituir esse aparelhamento em pouco tempo. Os fornecedores estão em diversos países, principalmente nos Estados Unidos, e montar uma plataforma exige técnica apurada em longa experiência, e a disponibilidade, em face dos demais pedidos dos produtores espalhados pelo mundo, sobretudo nas zonas mais densamente petrolíferas. Mas, tenhamos paciência, que a Petrobras voltará à sua boa forma, e teremos o petróleo.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 21/09/2004

Diário do Comércio (São Paulo), 21/09/2004