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Ministros monitorados

 

Essa invenção do PT merece ir para a História. Que me conste, todos os ministros, os secretários, segundo o país, nunca foram monitorados.


Devem ser solidários com o programa do partido, mas não monitorados, como o partido anunciou, com o objetivo de salvar a face, diariamente comprometida.


No Brasil, presidente e governadores, até mesmo prefeitos, foram solidários com o partido no poder, mas sempre desempenharam suas funções com inteira liberdade de ação. Diremos, portanto, que o PT ou sua cúpula errou, pois o ministro que tiver brio não se submeterá a monitoramento de um estranho designado para tê-lo em coleira. Diremos, mesmo, que é o cúmulo do totalitarismo partidário.


Se persistir nesse objetivo, típico de que está perdido, mostra que erra nessa neblina compacta sem saber como achar o rumo. Ministros são os administradores em cada pasta. Daí serem escolhidos especialistas ou técnicos, nunca amadores. O presidente da República, no seu desespero, está nomeando quem lhe apraz, sem cogitação das credenciais que devem ornar a personalidade de quem foi escolhido. Um dos erros do presidente Lula foi esse, o de escolher correligionários, sem dar atenção ao currículo do escolhido. Está aí o resultado, que vai se agravar com as crises que estourarão entre o monitor e o ministro, a menos que o titular da pasta monitorada seja um fraco ambicioso ou um engrossador sem caráter e sem energia.


A monitoração será, portanto, mais um erro desse enorme depósito de erros que é o PT do líder Luiz Inácio Lula da Silva, pela maioria do eleitorado presidente da República.


Os autores de estudos sobre o Império, mal formados e pior informados imputam ao Poder Moderador, privativo do imperador, influência nos ministros. Errado. O Poder Moderador foi uma sábia instituição jurídica, o que provo em meu livro "O Poder Moderador", editado pela Pioneira.


Em suma, o PT está parecendo mais um partido de aventureiros, aplicados a ganhar dinheiro sujo do patrimônio público, que um verdadeiro partido como foram no passado o Conservador e o Liberal do Império, o Social Democrata e a UDN, que o presidente Castelo Branco de uma penada extinguiu. Este é o triste panorama político partidário de nossos dias.




Diário do Comércio (São Paulo) 13/07/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 13/07/2005