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Lei Seca

 

Essa Lei Seca , que pegou os motoristas paulistanos de surpresa, vai ficar na história como representativa da resistência das leis úteis, que evitam os desastres que ferem e tiram a vida de muitos inocentes. São Paulo é uma das maiores fontes de desastres no trânsito; muitos motoristas voltam de madrugada para casa alcoolizados. Não há dúvida que os jovens devem sair para a diversão, mas devem ter muito cuidado e prudência no trânsito, pois o trânsito está cada vez mais perigoso e agindo imprudentemente eles concorrerão para destruir e perder vidas.


Vimos pela reação dos motoristas que o bafômetro que será usado pela Polícia Militar desgostou a quase todos os freqüentadores de festas noturnas. Mas o remédio, agora, é submeter-se a lei, deixando de beber, o que não farão os inveterados usuários das bebidas alcoólicas. A outra alternativa será contratar motoristas, para que os busquem no fim da festa. Não sei o que farão os governantes transportados com os motoristas do serviço público colocados a sua disposição; eles também podem ser parados pela Polícia Militar e serem convocador a se submeterem ao teste do bafômetro.


Não tenho dúvida que Jânio Quadros seria severo na aplicação dessa lei. Para beber, ele escolheria a própria casa, onde ele sorveria os bons uísques que mantinha em sua adega, mobiliada das bebidas mais finas e mais caras do mercado.


Evidentemente, o comércio irá se rebelar contra essa lei, embora possa vender muito para os fregueses de boa posse, que comprarão e beberão em casa. Creio que não poderão fugir do decreto nem mesmo os grã-finos dos Jardins e do Morumbi, que terão de escolher a melhor maneira de escapar das penas, com dinheiro grosso limpando o infrator. Na realidade, esse decreto trouxe muitos problemas para não poucos paulistanos, incapazes de passar um final de semana sem beber.


Em minha opinião, o decreto foi justo e oportuno, para que possamos garantir a vida de muitos motoristas e pedestres. Para se fazer uma idéia da rigidez do decreto basta ver o valor da multa, R$ 957,20, além do risco do infrator ter a carteira de habilitação suspensa por um bom tempo. É uma lei dura, mas se pegar veremos em breve o resultado: menos mortes nas ruas e nas estradas.


Diário do Comércio (SP) 3/7/2008