Quinto ocupante da cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é o escritor Teófilo Dias, o jornalista, professor e escritor brasileiro João de Scantimburgo, descendente de italianos, nasceu em Dois Córregos (SP), em 31 de outubro de 1915. Cresceu e estudou em Rio Claro, onde trabalhou para Humberto Cartolano da Caetano, Cartolano & Cia. Ainda em Rio Claro dirigiu o jornal diário Cidade de Rio Claro.
Mudou-se para São Paulo em 1940. Depois de um começo árduo, conseguiu uma posição na Rádio Bandeirantes, até 1943. Trabalhou para O Estado de S. Paulo, na época sob a direção de Abner Mourão. Escreveu para o Diário de S. Paulo, do qual foi diretor. Comprou, com sócios, o canal de TV Excelsior. Dirigiu o Diário do Comércio da Associação Comercial de São Paulo. Teve também o seu próprio jornal, o Correio Paulistano, que durou seis anos.
Foi mestre em Economia e dDoutor em Filosofia e Ciências Sociais e também professor da Fundação Armando Álvares Penteado e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Um dos mais importantes líderes monarquistas do Brasil, redigiu o boletim “O Cetro”, do Comité de Estudos do Problema Monárquico, publicado em São Paulo nos anos 50. Nos anos 70 colaborou com “Mensagem”, boletim monarquista publicado em Porto Alegre pelo então jornalista Paulo Palmeiro Mendes. Publicou mais de 20 livros, entre os quais: “O Poder Moderador” (1980) e “A crise republicana presidencial” (2000), em várias de suas obras, mostrou seu pensamento pró- monarquia, como pode ser visto em “O Destino da América Latina”, publicado em 1966.
Sempre foi amigo do príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, chefe da Casa Imperial do Brasil de 1921 a 1981, apoiando naturalmente seu filho e sucessor, o príncipe Dom Luiz. Também mantinha contato com membros de nobreza e da realeza da Europa, sendo amigo do arquiduque Otto de Habsburgo. Combinava o monarquismo com suas convicções religiosas, sendo um católico fervoroso, fazendo questão de transparecer, em suas obras, a religiosidade.
Entrou para a Academia Paulista de Letras, em 1977. Ocupou a cadeira 8 cujo patrono é Bárbara Heliodora e fundadora Presciliana Duarte de Almeida. Sucedeu Aureliano Leite.
Em 21 de novembro de 1991 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, na sucessão de José Guilherme Merquior. Sua posse foi em 26 de maio de 1992.
Scantimburgo foi casado duas vezes, sendo a última com a condessa Anna Teresa Maria Josefina Tekla Edwige Isabella Lubowiecka, da Família dos Condes poloneses de Lubowiecka, falecida em 2003, com quem não teve filhos.
O acadêmico morreu em 22 de março de 2013, em São Paulo, após uma crise de diabetes.
Entre outras obras escritas por João de Scantimburgo estão “José Ermírio de Moraes – O homem e a obra” (1975), “Interpretação de Camões à luz de Santo Tomás de Aquino” (1979), “O café e o desenvolvimento do Brasil” (1980), “O drama religioso de Rui Barbosa” (1994), “Eça de Queiroz e a tradição” (1995), “O mal na História – Os tolitarismos do século XX” (1999) e “ Os olivais do crepúsculo” (2000).