Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > Investimentos em Recursos Humanos

Investimentos em Recursos Humanos

 

Com o maior crescimento econômico que se registra no Brasil, aumentou na mesma proporção a busca por profissionais qualificados. Grandes empresas como a Petrobras e a Companhia Vale do Rio Doce passaram a realizar investimentos mais expressivos em recursos humanos, para suprir o déficit atual de mão-de-obra especializada, nos níveis médio e superior.


Nunca, como hoje, foi tão oportuna a palavra tecnoestrutura, cunhada por Galbraight para significar a junção Governo-Empresa e Escola, nos mesmos propósitos de oferecer uma educação de qualidade. O aumento da produção encontra o CIEE inteiramente apetrechado, inclusive do ponto de vista científico e tecnológico, para oferecer estágios adequados. Possui um call-center de primeira ordem, valendo-se do apoio que lhe dá o CIEE de São Paulo, por intermédio do presidente executivo, Luiz Gonzaga Bertelli. Está, assim, inteiramente preparado para enfrentar os desafios do presente e do futuro.


A Lei do Aprendiz determina que toda empresa de médio e grande porte deve reservar, do número total de funcionários, de 5% a 15% para aprendizes.


É um grande incentivo para que os jovens continuem a estudar. Com o estímulo, há um potencial superior a um milhão de aprendizes no País, o que pode mudar a face da nossa política de recursos humanos, especialmente no que se refere à juventude. Hoje, o número de aprendizes em exercício é pouco superior a 100 mil.


Como certamente crescerá o número de programas de formação e qualificação profissional, inclusive com as grandes perspectivas que se abrem para a figura do aprendiz, na idade crucial de 14 a 24 anos incompletos, há parcerias sugestivas, como a que se faz com a Fundação Roberto Marinho. Métodos convencionais deverão receber o apoio da modalidade de educação à distância, tão em voga em nações mais desenvolvidas – e que agora chega para ficar em terras brasileiras. Deve ser a esperança constante na oferta de estágios, sobretudo se considerarmos as imensas perspectivas que se abrem para os 91 municípios do interior fluminense. Durante muitos anos, as 85 escolas públicas estaduais ofereceram predominantemente a formação de técnicos em administração e contabilidade, quando se sabe que, hoje, a demanda é muito mais ampla – e nisso sabemos estar empenhado o Secretário Nelson Maculan Fo. Os pólos industriais que nascem serão acompanhados de Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs), para atender à formação profissional coerente com a vocação de cada região. Num trabalho conjunto com a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, haverá oferta de vagas em Santa Cruz, Resende e Quintino (setor automotivo), Itaboraí (construção civil e petroquímica), São Gonçalo e Niterói (naval e pesca), Duque de Caxias (transformação plástica), Nova Iguaçu e Belford Roxo (fármacos), Búzios (turismo), Angra dos Reis (naval), Itaguaí (construção civil), Campos (soldagem), Bom Jardim, São João de Meriti e Friburgo (confecções, moda), Santo Antônio de Pádua (rochas ornamentais) e, em breve, Macaé, com tudo o que se refere à expansão da industria petrolífera.


O Professor Paulo Nathanael Pereira de Souza, presidente do Conselho de Administração do CIEE nacional, chama a nossa atenção para os problemas estruturais hoje existentes. A escassez atinge principalmente as indústrias de petróleo, mineração e equipamentos de transportes, sem contar, no interior, com o setor do açúcar e do álcool. A Confederação Nacional da Indústria revela que somente na indústria do álcool, de grandes perspectivas com o emprego do etanol como combustível, a carência de mão-de-obra qualificada chega a incríveis 76%.


O mundo do trabalho se abre para profissões que requerem recursos humanos adequados, como engenheiros, executivos financeiros e de varejo, profissionais de tecnologia da informação, especialistas em logística, profissionais em gestão de saúde e agronegócios, geólogos, soldadores e técnicos de nível médio para pólos industriais, entre outros. Devemos estar muito atentos a essas carências.


Jornal do Commercio (RJ) 30/11/2007

Jornal do Commercio (RJ), 30/11/2007