O Banco Mundial anunciou que mais de 100 milhões de pessoas passam fome em todo o mundo. Ao todo, a fome atinge 854 milhões de pessoas no mundo. Essa estatística foi dada a público pelos tecnocratas de Washington, alarmando ainda mais o mundo, já suficientemente apavorado com sucessivas crises, que estão abalando a civilização e criando problemas para os quais faltam técnicos e soluções viáveis para encará-los em tempo hábil.
É uma quantia alucinante essa, mais de 100 milhões de pessoas sofrendo com a fome. Chega a desesperar uma notícia como essa, emanada do mais importante banco público, prestando serviços desde Washington. Depois de um dia aparentemente tranqüilo para o ambiente econômico-financeiro, cai sobre nossas cabeças uma bomba - podemos dizer - apocalíptica, por se tratar de uma multidão desprovida de recursos para viver.
Isso tudo é alarmante. É a vitória plena de Malthus e de quem providenciará a volta dos suprimentos de alimentos aos necessitados, que são milhões, inclusive no Brasil e não se sabe de quanto será necessário para abastecer satisfatoriamente essa multidão.
Malthus previu esse desequilíbrio entre a oferta e a procura e sua inexeqüibilidade em comprovar a necessidade de satisfazer o lado perdedor, que é o estômago dos pobres.
Fala-se de tudo, a matéria está aberta à discussão, mas não se dá solução visível para os famintos, cujo número crescerá daqui a alguns anos se algo de urgente não for feito. É inimaginável e aterradora a quantia de 100 milhões ou mais de famintos anunciada pelo Banco Mundial.
A situação é sinistra, pois não se sabe como eles serão alimentados, nem se haverá capacidade de produção para atender às necessidades humanas em estado de choque.
Essa é a maior crise com qual nos defrontamos e para a qual não temos solução imediata; mesmo os técnicos não têm a chave para problema tão crítico e tão urgente como esse. O mundo está, como se vê, num despenhadeiro, sem saber como dará solução à charada de Malthus.
Ficamos por aqui, com as nossas considerações e com o espectro da fome em meio a tantas outras crises.
Diário do Comércio (SP) 10/7/2008