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A farra dos cartões

 

Deixei passar alguns dias para falar sobre o escândalo dos cartões corporativos usados em demasia por alguns membros do governo federal. Os cartões de crédito foram adotados para facilitar a vida dos portadores, que ficam de posse de títulos facilmente manuseáveis e com o qual pagam os mais diversos tipos de compras.


Viu-se pela abundância de créditos consumidos que basta a apresentação dos cartões, munidos das senhas, para serem reconhecidos e válidos. O presidente da República abusou da sua autoridade e do seu direito autorizando numerosos cartões como válidos. E esses foram aceitos por grande maioria dos comerciantes do País.


A este comentarista, admira apenas a facilidade com que foram entregues esses cartões corporativos aos portadores que deles usaram e abusaram, fazendo contas elevadas e compras que não passaram pelo crivo das Secretarias de Estado, segundo a norma adotada há muito tempo para coibir abusos maiores com o dinheiro público.


O fato não poderia deixar de servir de exemplo. As denúncias ajudam a evitar exatamente abusos praticados contra o patrimônio público, que se viu desmoralizado pelos portadores de cartões.


Ficou bem claro na abertura do Ano Judiciário as palavras de seu presidente justificando os saques com os cartões corporativos feitos por membros do governo federal. Para a Justiça, o uso indevido dos cartões corporativos não configura nenhum escândalo, o que para nós satisfaz a nossa precaução quanto ao uso do dinheiro público e aos créditos privados, que não podem ser objeto de corrida ao mercado.


Os cartões de crédito foram inventados exatamente para facilitar a circulação de mercadorias, estimulando uma forma distinta de fazer créditos e de assumir responsabilidade no mercado, uma vez que o pequeno cartão dá acesso a produtos e serviços dos diversos estabelecimentos.


Foi uma grande invenção essa dos cartões de crédito. E seu uso tende a crescer ainda mais, abrangendo milhões de pessoas. Fica aqui a nossa adesão ao cartão de crédito desde que expedido em boa e justa forma.


Diário do Comércio (SP) 13/2/2008