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Etanol e guerra

 

Já ouvimos falar do etanol várias vezes e escrevemos sobre o assunto outras tantas, para divulgá-lo. Agora, é uma notícia necessária, pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu a imprensa e declarou que a defesa do etanol é uma guerra necessária.


Esse combustível se acrescenta aos dois outros brasileiros com vida longa e necessária: a gasolina e o álcool motor. Foi preciso que o petróleo aumentasse de preço consideravelmente, tornando a gasolina quase numa utilidade rara e onerosa para os bolso do consumidor brasileiro. Já o álcool veio ocupar um lugar que estava vago e aumentou a possibilidade do brasileiro ter um carro, tanto no mercado estabilizado, quanto no mercado comum dos revendedores das montadoras, enfrentando, assim, o combustível clássico - a gasolina - e se tornando um combustível prático e aceitável em todos os veículos.


O álcool motor já tem uma longa vida no Brasil. Foi lançado no governo de Washington Luís, que lançou-o ao comércio sem muita experiência nesse terreno. Foi no desenvolvimento da indústria canavieira em Ribeirão Preto que o álcool se tornou realmente o concorrente da gasolina, demonstrando a sua capacidade de enfrentar o tão poderoso subproduto combustível petrolífero. Incansáveis na procura de um sucessor deste combustível, os usineiros do açúcar entraram em campo decididos a fazer papel bonito nessa guerra, com garantias seguras de vitória do novo combustível. E o etanol, acusado de ser o portador da morte em quem o manipula, revelou ser um combustível de primeira ordem.


Com efeito, o etanol já abandonou a pecha de ser letal para ser um combustível tratado por métodos seguros, necessário no uso em grande escala, sem o perigo de causar danos fatais em motoristas e passageiros. Foram os usineiros do açúcar que lançaram o etanol em grande escala e que levaram o presidente Lula a aceitar a luta pela defesa do combustível alternativo, colocando-o como combustível sucessor do álcool motor , se necessário, para atender ao comércio cada vez maior dos liqüefeitos à venda nas bombas públicas.


Salva-se, assim, a experiência dos usineiros do açúcar e o Brasil adquire um novo combustível para a sua frota de veículos, que aumenta sem parar.


Diário do Comércio (SP) 3/6/2008