Vamos comemorar, este ano, os primeiros 50 anos de vida do Centro de Integração Empresa-Escola, instituição benemérita, com notáveis serviços prestados à sociedade brasileira. Hoje em dia, por exemplo, o CIEE está com uma carteira de 7 mil estágios oferecidos aos jovens do Rio de Janeiro, o que se faz por intermédio de convênios com quase 4 mil empresas das mais diversificadas.
As instituições querem uma mão de obra cada vez mais qualificada. A cada dia existe a necessidade de compreender que o ensino se torna mais sofisticado, mas isso não chega à escola. A formação está sendo feita de modo precário. Não atende aos interesses do mercado de trabalho.
Ao contrário de outros agentes de integração, que amam a aventura, o CIEE presta um serviço qualificado à sociedade, a que serve de forma séria e competente. Novas profissões estão surgindo e sendo oferecidas aos jovens, nas mais diferentes cidades fluminenses. Em regiões como o norte (Campos e Macaé) a prioridade deve ser a atividade em petróleo e gás, pois é de lá que se extraem quase 400 mil barris diários do pré-sal. Durante muitos anos teimamos em oferecer vagas para atividades ociosas, quando o mercado pede objetivamente o que é necessário.
Tendo sofrido durante muitos anos os efeitos do ensino bacharelesco, das nossas origens, ainda hoje atuamos com uma pedagogia burocrática, especialmente no ensino médio, que ainda não se aprumou. Estagiários e aprendizes, em número de quase 40 mil, buscam oportunidades do primeiro emprego e aí se descortina um leque incrível de chances antes inexistentes.
Na nova sede do CIEE, comprada na rua de Santana nº 165, idade Nova, será possível crescer ainda mais, oferecendo uma gama de cursos diversificados. E um pormenor que passou a ter grande importância: não nos limitaremos aos jovens. Hoje em dia, com a ampliação da expectativa de vida do povo brasileiro (chegamos a 74 anos de média), dentro dos princípios que norteiam o que entendemos por assistência social, é preciso pensar também na terceira idade. Já oferecemos cursos específicos para essa geração – e vamos ativar ainda mais a oferta, pois entendemos existir um vasto mercado ansiando por oportunidades, primeiro que tudo para adquirir conhecimentos. Num mercado altamente competitivo, se dará melhor quem estiver mais bem preparado.
Não se pode desejar que o ensino profissionalizante tenha a fama de ser de segunda categoria, nem nos conformar com o nível dos professores hoje em operação. Há deficiências bastante visíveis, fruto da estrutura precária dos cursos de formação de professores. A isso se pode somar a insistência das fontes pagadoras em não considerar bons salários para o magistério. É claro que, assim, a procura pela carreira se torna qualitativamente diminuta, causando as dificuldades conhecidas. Vale ainda referir que é necessário valorizar a cultura, de um modo geral, pois ela é a mãe da educação.
Jornal do Commercio - RJ, 31/01/2014