Usemos a palavra já adotada nas manchetes dos jornais, o "derretimento do dólar" é a seqüela, uma delas, da crise americana que se expande pelo mundo, deixando atônitos os magnatas da moeda americana no Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos.
No Brasil, o dólar fechou a R$ 1,77. Nos EUA, o Fed decidiu na terça-feira socorrer bancos credenciados com até 200 bilhões de dólares, quantia esta fascinante por ser de tal vulto que não esperávamos jamais registrar nos comentários dos jornais.
Apesar da queda, o dólar é ainda a moeda forte de circulação internacional. Para socorrer as exportações, o Banco Central americano vai adotar medidas que varrem as perdas dos nossos exportadores.
A economia é uma coisa complexa e tornou-se ainda mais complexa com a crise americana, que pela sua pujança abarca o mundo inteiro, até mesmo uma ilha perdida nos mares do Sul vai sentir a repercussão desta expansão e verificar que estamos num mundo só. Temos que calcular em dólar as exportações e as importações, as dívidas externas e a balança comercial, não deixando de lado nada fora do quadro sob pena de perdermos o que não podemos pagar.
A seqüela veio com a enfermidade econômica americana já ditada no século passado e posta à prova agora nos países vizinhos de Washington, os da organização dos Estados americanos e da União Européia.
A crise do dólar, evidentemente vai afetar a economia brasileira, embora os membros da área econômica do Banco Central do País não tenham bola de cristal para dizer o que vai acontecer na grande depressão suposta pelos pessimistas, que ainda ameaça o horizonte de cada economia.
A situação é muito séria, pois os EUA comandam a economia mundial e o derretimento de sua moeda está aí comprovando o que afirmamos. O derretimento do dólar afeta todas as economias, inclusive a nossa, que não deveria estar presa como está à economia americana.
Firmou-se o dólar como moeda internacional em todas as trocas comerciais que se efetuam no plano internacional. Está aí o panorama sintético do momento: o derretimento do dólar trazendo para nós a crise americana.
Diário do Comércio (RJ) 13/3/2008