A crise dos Estados Unidos está longe de acabar e segundo os analistas do mercado já ameaça, de perto, o maior banco americano, que obrigou os EUA e o Japão a depositarem 14 bilhões de dólares para salvar o sistema bancário do país.
Neste contexto, estão certos os jornais brasileiros ao darem a notícia de que o Federal Reserve não acalmou os mercados. O banco central dos EUA adotou medidas de socorro que foram atendidas pelos bancos ingleses e japoneses, responsáveis pelo depósito dos 14 bilhões de dólares.
Como se vê, a crise americana mobiliza todas as nações poderosas da Terra, levando-as a se solidarizarem com o Fed nas suas ações salvadoras. As nações não têm dúvidas de que os meios de defesa dos EUA são enormes, mas, pela repercussão da crise no planeta, o problema é visto como um fenômeno devastador que exige medidas amplas e completas capazes de neutralizar os efeitos nefastos.
A ação do Fed, detectada nos computadores, está sendo feita para acalmar os mercados, mas não os acalma como planejado. Há sobressaltos nocivos em toda parte, para a economia de cada povo. O que está ocorrendo é surpreendente e inesperado, até mesmo para uma potência como os EUA.
As Bolsas de Valores, inclusive de São Paulo, nos acostumaram à observação de estatísticas rotineiras ao contrário do que acontece agora, em que os dados estão nervosos e imprevisíveis.
Vimos procurar advertir os nossos leitores sobre a crise americana que escapa ao critério da calma a que estávamos habituados. A presente crise, que se declarou inicialmente no mercado imobiliário americano e agora ameaça outras nações, envolve uma superpotência com sua responsabilidade planetária. Sem poder fazer diferente do que já estão fazendo, os EUA ainda não obtiveram resultados positivos visíveis. É preciso confiar nas autoridades americanas, pois elas têm todos os dados nas mãos e podem fazer o que deve ser feito para solucionar essa crise.
No momento, não se controlam todos os movimentos da crise, que está se tornando maior do que a capacidade de controlá-la, considerando-se a poupança de que se tem notícia no mercado americano. Este é o espetáculo que nos vem dos EUA e ao qual devemos respeito.
Diário do Comércio (SP) 19/3/2008