A corrupção é uma doença nacional. A denúncia, agora, recai sobre alguns prefeitos. Pode ser e pode não ser, mas a corrupção é um vício terrível espalhado. É difícil recolhê-lo e aplicar um antídoto. É o que o governo tem feito com referência cobrada não poucas vezes.
Os municípios dispõem de poucas verbas; portanto, o acesso à corrupção é menor no estado do que na Nação. De qualquer maneira, esse mal tem sido combatido, recaindo uma anátema sobre os poucos indivíduos acusados de corrupção, a tal ponto que a opinião pública já não dá importância às notícias e atos de corrupção, principalmente na área municipal. O que importa no momento é a inflação e a alta dos preços dos artigos de primeira necessidade.
Segundo o noticiário, a inflação já vai além do previsto e, conseqüentemente, o índice final deverá ficar além do previsto. O Banco Central acompanha o varejo, que concede longos financiamentos a quem quer ter acesso aos bens de consumo diário.
O que dá satisfação ao leitor é uma notícia dada pelo nosso Diário do Comércio de que o Brasil irá crescer 4,8% este ano. Mas é cedo para se pronunciar a respeito, numa situação em que os números mudam de valor de um momento para o outro.
O fato grave a se registrar em um comentário sobre prefeitos denunciados por corrupção é que esse mal já está se generalizando, vindo da esfera federal para a estadual, e agora na municipal, neste imenso Brasil. Ao lado da corrupção há a inflação, com alta de preços nos artigos de primeira necessidade, outro mal enfrentado todos os meses pelas donas-de-casa das classes médias e inferiores que tenham necessidade de equilibrar os orçamentos domésticos.
São males terríveis esses causados pela corrupção, que prejudica o significado pleno da democracia. Vem daí, da reprodução freqüente dos casos de corrupção em todos os gêneros administrativos do governo, com exceções fáceis de se apontar, que tornaram a corrupção um costume nacional, que vai fazendo discípulos a cada legislatura.
Temos de salvar a nossa democracia desse mal.
Diário do Comércio (SP) 14/4/2008
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