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As cores dos peixes de Magé

 

Entramos numa sala meio escura. Um professor, que é também engenheiro, está com as mãos em dois tanques, onde é trocada a água para garantir a vida dos lindíssimos peixes ornamentais que fazem o seu balé natural. Ele não pode falar e pede silêncio. Nessa hora, os ruídos são desaconselháveis.


Depois, ao ar livre, soubemos que o Colégio Estadual Agrícola Almirante Ernani do Amaral Peixoto, situado na Fazenda Conceição do Saruí, distrito de Magé, é um dos nossos maiores exportadores de peixes ornamentais. É uma operação delicada, mas extremamente rentável para ajudar a escola a ampliar os seus objetivos.


A Secretaria Estadual de Educação, que reabriu o “Corredor Agrícola”, criado em 1980, ofereceu recursos financeiros para obras de infra-estrutura, nos nove estabelecimentos de ensino que promovem o setor primário do desenvolvimento econômico e social. Vale a pena conhecê-los pelo nome: Centro Interescolar de Agropecuária José Francisco Lippi, que construímos e inauguramos em 1983, em Teresópolis; Colégio Estadual Agrícola José Soares Jr.; Centro Interescolar de Agropecuária Monsenhor Tomás Tejerina de Prado; Colégio Estadual Agrícola de Cambuci; Colégio Estadual Agrícola Almirante Ernani do Amaral Peixoto; Centro Interescolar de Agropecuária de Itaperuna; Colégio Estadual Agrícola Rego Barros; Colégio Estadual Agrícola de Casimiro de Abreu e Colégio Estadual Agrícola Rei Alberto I.


O Colégio Estadual de Magé, que visitamos, foi criado em 1988 e é o único da Baixada Fluminense. Entre as suas atividades, mostradas com entusiasmo pelo diretor Luís Carneiro, de longa experiência, estão a criação de aves e peixes. Marrecos e galinhas confraternizam “sem problemas”, ocupando às vezes os mesmos espaços. Tanques especiais foram construídos para a criação e a produção de tilápias. Ficamos espantados quando vimos em uso o sistema bastante moderno de captação de energia solar para fazer as máquinas funcionar. E agora estão sendo construídos dois galpões, para beneficiamento de produtos agrícolas. No local, serão produzidos doces de banana, de jambo, de leite e ainda requeijão, coalhada, entre outros.


Queremos conhecer de perto a criação de galinhas caipiras e de granja, patos, marrecos e o cultivo de hortaliças, para enriquecimento dos alimentos fornecidos aos 175 alunos, na refeição escolar. Os 170 hectares abrigam cursos de ensino fundamental (5a a 8a séries), ensino médio e curso técnico de Agropecuária. Em breve, será possível oferecer residência a alunos e professores, que provêem de municípios vizinhos e até de outros Estados, em busca de qualidade que ali é uma preocupação permanente.


Acompanhamos a faina dos estudantes em aulas de agricultura, psicultura, criação de animais de pequeno e médio porte, construções rurais, zootecnia, desenho e topografia, irrigação, drenagem e paisagismo. Uma bela e confortadora experiência, a menos de duas horas do centro do Rio.