No Brasil, vivemos hoje sob o estigma baixa da qualificação escolar. Não é um fenômeno somente brasileiro, pois o presidente Barak Obama, que afirma ter escolhido a esperança em lugar do medo, investe 500 bilhões de dólares anuais em educação. Está impressionado com a má performance de 5 mil escolas norte-americanas e as notas medíocres alcançadas nos exames internacionais (Pisa) de Matemática, por exemplo: os Estados Unidos ficaram em 35° lugar, enquanto o Brasil alcançou o 54°, numa competição de 57 países (ano-base 2006).
O abandono escolar é uma realidade brasileira, embora o Governo tenha estimulado a valorização da escola por intermédio de ambiciosos projetos sociais, como o Bolsa Família, que hoje alcança uma população de 12 milhões de pessoas, sobretudo no interior do país.
Partindo do princípio de que “conhecimento é poder”, luta-se para reformular os currículos das escolas, abandonando a rigidez curricular que não mais condiz com as necessidades dos que irão buscar de imediato o amparo no mercado de trabalho. Pode-se registrar um claro retrocesso, nos últimos 15 anos, mas a reação se nota pela vontade política de valorizar a AVALIAÇÃO, mais do que nunca presente no processo ensino-aprendizagem. Busca-se uma política de valores e não só de resultados: a classe média alta brasileira raciocina em níveis muito inferiores, por exemplo, aos europeus.
Existe a certeza de que “a aprendizagem é para toda a vida” (como vimos na Unesco) e que a gestão da escola é um elemento estratégico essencial. Aí surge a figura do diretor, que pode transformar esse quadro. Ele luta para vencer preconceitos descabidos, como o que existe no Brasil contra o ensino profissional. A Constituição de 1937 afirmava que ele seria destinado *às classes menos favorecidas". Não seria exagero encontrar, no preceito constitucional, aí uma das causas principais da existência, hoje, de 7 milhões de jovens brasileiros sem emprego por absoluta falta de qualificação.
Com os nossos avanços econômicos, inclusive com as perspectivas do pré-sal, que poderá ler exploração potencializada nos próximos 10 anos, surgirão milhares de empregos, sobretudo de nível intermediário, nas áreas de petróleo e gás, transformando completamente asopções de recursos humanos.
O Brasil tem, hoje, o aluno "geração internet", com toda a sua monumental parafernália eletrônica: MSN, Orkut, Facebook, MP3, GoogleWave, Twitter etc. Tudo ao mesmo tempo. Será um processo eficaz de apreensão de conhecimentos?
Não é de estranhar a tendência de considerar monótonas as aulas tradicionais e, com isso, até desrespeitar a figura do professor. Boas escolas resistem a esse processo, mesmo considerando que a internet veio para ficar.
Em pleno século 21, como desconhecer essa realidade? Defende-se a ideia do turno integral para as nossas escolas (8 às 17h), mas com um projeto inteligente de construção da cidadania, utilizando os valores do humanismo e as conquistas eletrônicas que nos espantam, diariamente.
O país é um dos maiores produtores mundiais de livros didáticos, consumindo milhares de toneladas de papel, o insumo básico dessa indústria. O Ministério da Educação distribui 100 milhões de livros por ano. Pergunta-se o que poderá mudar, nessa importante mídia pedagógica? Os livros, no formato tradicional, desaparecerão?
Não há esta certeza. Apenas se estima que um fato novo está alterando essa realidade. A existência do Kindler da Amazon, por exemplo, ao lado do e-reader da Sony, popularizou a leitura eletrônica nos Estados Unidos, abrangendo 46 jornais e 35 revistas, além de milhares de livros.
O fenômeno chegou ao Brasil. É comum o emprego de uma nova linguagem, para a qual devemos estar preparados. As crianças e os jovens absorvem essa realidade com grande rapidez, muito maior do que os adultos, cujo cérebro resiste mais a tantas inovações.