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Comunicação na língua portuguesa

 

Está em funcionamento, em Brasília o Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, que hoje presido com muita honra. A ele incumbe zelar, como órgão auxiliar do Senado, pelas questões normativas que se referem à radiodifusão e às telecomunicações brasileiras.

O nosso pensamento é comprometer o CCS com a valorização da língua portuguesa, hoje tão maltratada. Por que, por exemplo, não estimular a realização de programas de rádio e TV que abordem tal problema, de suma gravidade para a nossa cultura?


Discute-se quem será responsável pela elaboração dos conteúdos dos programas que são exibidos. É preciso cuidado para não desfigurar a nossa cultura.


Se vem aí a nova Lei de Comunicação Eletrônica de Massa, incluindo outras mídias, devemos estar atentos ao que se chama de "cadeia de valor da comunicação social". A entrada de grandes grupos internacionais na produção de conteúdos de informação e entretenimento suscita uma discussão de relevo indiscutível.


O conteúdo nacional poderá servir de poderoso aliado para as questões do nosso vernáculo, hoje praticamente indefeso. Devemos estar atentos a isso.


O Centro de Integração Empresa-Escola é uma instituição sempre engajada na resolução das difíceis questões que assolam o nosso País.


Preocupados com a falta de respeito com que é tratada a língua portuguesa, investiram na edição do terceiro livro da série Na Ponta da Língua, que com muito orgulho lançarei, no próximo dia 17 de março, nas dependências do próprio Ciee. Com os dois volumes anteriores, sendo que o segundo teve três edições, abordamos cerca de 2.100 questões que suscitam dúvidas no falar e no escrever do dia-a-dia das pessoas.


O povo brasileiro, em geral, faz questão de acertar, o que lhe falta é o acesso ao conhecimento. O rádio e a TV, às vezes dão contribuições negativas, quando repórteres e atores falam errado, esquecem as concordâncias nominal e verbal. E a questão da regência verbal? Continua-se a dizer em alto e bom som nas novelas: "eu lhe amo". Regionalismos à parte, consideramos inaceitável.


Estamos empenhados, também com o Ciee, numa cruzada patriótica pelo respeito e enriquecimento da língua de Machado de Assis.


 


Jornal do Commercio (Rio de Janeiro) 14/03/2005

Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), 14/03/2005