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Caiu o CFJ

 

Finalmente, uma boa notícia, no meio das milhares de más ou sofríveis ou quase boas: caiu na Câmara dos Deputados a tentativa de se criar no Brasil um Conselho Federal de Jornalismo, pelo qual a imprensa e os meios de comunicação, em geral, ficariam submetidos ao governo presidencial, e seus sequazes. A tentativa de ser criado esse organismo, evidentemente soprado a Lula pelos comunistas que dominam seu governo, essa tentativa tinha de abortar, desde logo por ter repercutido mal no mundo inteiro.


Reconhecemos, com tantas décadas de jornalismo nas costas, que a mídia faz mal aos governos com tendências ditatoriais ou autoritárias, como é o de Lula, mas não será com o arrolhamento da imprensa que o país encontrará seu verdadeiro caminho, que é o democrático, tenha se sua estrutura em mau sentido. A Câmara dos Deputados agiu acertadamente, barrando o curso desse projeto de lei totalmente incompatível com o ideal do povo brasileiro, que deseja liberdade e direito de ir e vir.


O estranho, no entanto, no curso desse projeto de lei, é que numerosos jornalistas o quiseram aprovado. São jornalistas os que pensam assim, ou simplesmente ideólogos que arranjaram lugar nas redações, para seguir as lições de Gramsci, cuja obra está ao alcance de qualquer leitor nas livrarias que vendem livros traduzidos. A Câmara não quis, porque não devia fazê-lo, aprovar uma lei desde logo estúpida e, em seguida, profundamente desastrosa para a nossa posição entre as nações.


Iríamos ser tratados de fascistas, nazistas, comunistas, enfim, de algum dos totalitarismos que predominaram no mundo no século passado, introduzindo, como dissemos em livro, O mal na história. O processo ainda não está terminado, mas temos a certeza de que o CFJ, querido de uns e odiado de outros, não passará, e não entrará em vigor. É um monstrengo que merece, apenas, a lata de lixo, como para a lata de lixo foram os regimes que se opunham às democracias, que todos desejam para viver.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 23/12/2004

Diário do Comércio (São Paulo), 23/12/2004