Em Bilbao, no País Basco, uma leitora vem conversar comigo: “Você sempre fala de símbolos. Quero lhe mostrar um símbolo que você nunca viu...”.
“Não sei como isto começou”, continua ela, “mas diz a lenda que um velho alquimista judeu afirmou que as árvores cantavam. O prefeito da cidade prometeu que, se o alquimista não conseguisse provar o que dizia, iria matá-lo. Desde então, todos os anos, uma árvore de Soria canta”.
Chegamos a Soria e fomos a uma praça. Aos poucos, as pessoas começaram a chegar. De repente, uma banda de música completa sobe no gigantesco e centenário olmo que existe no centro da praça. Cada músico ocupa um galho. Sob o comando de uma batuta invisível, a árvore de Soria canta.
Extra (RJ) 9/9/2007