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Artemídia e cultura digital

 

Acompanhamos a instalação Crepúsculo dos Ídolos, de Jarbas Jácome, com TVs ligadas num canal de TV aberta, uma câmera e um microfone. No Sesc Belenzinho(SP), os visitantes foram convidados a produzir algum som próximo ao microfone, provocando distorção das imagens das TVs, de acordo com a intensidade e o tempo de duração do som produzido: ao final, a própria imagem foi transmitida pela TV. Em dois meses, houve mais de 500 mil atendimentos.

É uma amostra significativa da sensibilidade dos dirigentes do Sesc/SP, empolgados pela modernidade, quando realizaram o evento “Artemídia e Cultura Digital”. Antenados nas expectativas do público,que tem sido fiel às dezenas de promoções da entidade, dão um extraordinário valor ao conceito de diversidade cultural.

Uma conversa com o professor Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc/São Paulo, é suficiente para entender de que foma ali se respeita o desenvolvimento humano, envolvendo economia, política, educação e cultura, numa oferta generosa de oportunidades de acesso.

O seu entendimento é o de que não se deve restringir essa ação apenas ao âmbito artístico: “O fazer cultural é bem mais amplo, sendo necessário fortalecer o pensamento de completude, num processo concatenado com a contemporaneidade, sem esquecer a necessária expansão da rede física.”

Assim é possível encontrar movimentos bem sucedidos em locais variados, como tivemos o ensejo de verificar, em Pompéia, Santo André, Osasco ou Araraquara, sempre com a participação de milhares de comerciários e seus dependentes, envolvendo as comunidades locais.

A atitude dos participantes das promoções não é nunca passiva, pois eles recebem livros, revistas, CDs, DVDs, dispõem de um canal de TV e de uma página na Internet, o que reflete um processo de desenvolvimento individual e social. Não se trata de um esforço recente, pois o Sistema S nasceu em 1946, tendo se desenvolvido de forma consistente, nesses anos todos, sendo hoje indispensável na missão de valorizar o cidadão brasileiro, através de atividades cultuais intensas e oportunas, envolvendo 574 cidades paulistas. É um fenômeno!

A variedade atende a todos os gostos: exposições de artes, festival de folclore, teatro, teatro de (existe uma co-produção Brasil/França), teatro de rua, literatura, passeio verde, saúde, filmes, semana olímpica, corridas, esportes, música  popular(homenagens recentes a Noel  Rosa e Lamartine Babo) etc.

Temos um carinho especial pela determinação do presidente Abram Szajman de tratar prioritariamente dos idosos, aos quais se deve oferecer, sempre, “umacidade amiga”. Eles passaram ater acesso também às ações artísticas, aplicando o conceito deartemídia/cultural digital, ao disponibilizar iniciativas e experiências nessa área. O programa internet livre tem feito enorme sucesso, desmentindo a falsa informação de que apenas os jovens se interessam pela mídia eletrônica, hoje uma realidade em todo o país.

Jornal do Commercio (RJ), 18/3/2011