"Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé." A frase é de São Paulo, o convertido da estrada de Damasco, que alguns exegetas consideram o fundador do cristianismo, ou seja, o homem que fez o "blended" do judaísmo, de parte do helenismo e dele próprio. Contrariando os apóstolos reunidos em Jerusalém em torno de Pedro, levou aos gentios a mensagem que modificaria o Ocidente.
Há contestações sobre a ressurreição do galileu recém crucificado. Autores como Renan e outros atribuíram o milagre a duas mulheres que espalharam a notícia. O próprio Cristo apareceu a seus discípulos em várias ocasiões. E recriminou um deles que só acreditou quando viu e tocou as chagas do seu Mestre.
Séculos depois, um dominicano fez um poema que considera "feliz" a culpa de Adão e Eva, expulsos do Paraíso terrestre por um pecado que se tornou "original". O poema de São Tomás de Aquino faz parte da liturgia canônica. E, ao longo do tempo, é uma das leituras das missas católicas, musicada por compositores clássicos: "O felix culpa, quae talem ac tantum habere meruit Redemptorem" (Oh, feliz culpa que mereceu tal e tão grande redentor).
A Páscoa é o ponto mais alto do calendário cristão, de certo modo, é a continuação de uma das mais importantes festas do judaísmo, o Pessach, que o próprio Cristo comemorou pouco antes de ser traído e morrer no calvário.
Enquanto a Páscoa cristã celebra a ressurreição de seu fundador, o Pessach relembra a noite em que os judeus se libertaram do jugo egípcio.
É uma festa de liberdade em que um povo inteiro prefere passar 40 anos no deserto, mas se liberta do cativeiro.
Agnóstico por convicção, gosto de comemorar as duas páscoas. Evito o terrível cativeiro de me tornar refém de Dilma e Lula. Desejo que ambos se f...
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