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Artigos

  • Mestre Agostinho

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 29/08/2006

    Achava-me em Londres, em 1994, quando Agostinho da Silva morreu. Assim que soube da notícia, escrevi sobre ele e sua obra para um jornal do Rio. Agora, que estamos comemorando o centenário de seu nascimento, vale a pena que se chame de novo a atenção para a importância de sua obra. De uma estirpe foi ele, a estirpe romano-visigótico-galego-luso-brasileira em que necessariamente nos inserimos. De estirpe é todo o gênio que, pés no chão, tem a visão do caminho.

  • Romance aliciante

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 15/08/2006

    Romancista que assume sua missão - que missão é - de pegar um punhado de seres humanos, colocá-los no palco de sua imaginação e no emaranhado aparentemente indecifrável de acontecimentos, reações, oposições, decisões, orgulhos, desprezos, paixões e ódios existentes no âmbito da narrativa que está sendo feita - romancista, assim, ajuda a promover nosso entendimento de como somos, por que fazemos o que fazemos e por que às vezes chegamos a ações inesperadas e indesejadas.

  • Tupi or not tupi

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 01/08/2006

    Quando muito jovem tive enorme curiosidade - que depois se transformou em entusiasmo - pela língua tupi, o que me levou a estudá-la. Era o tempo em que as idéias da Semana de Arte Moderna ainda não tinham 20 anos e a frase de Oswald de Andrade, "Tupi or not tupi", ainda significava alguma coisa.

  • Miguel Reale, poeta

    Tribuna da Imprensa, em 25/04/2006

    Eis um lado que vale a pena lembrar de Miguel Reale, que há pouco nos deixou, o do poeta. Que o foi. Não só em trechos de seus ensaios de filosofia como no livro sobre Kant que publicou em 1936 - mas também num livro bem mais recente, de sonetos, que se chamou precisamente "Sonetos da verdade".

  • A força de um poeta

    Tribuna da Impressa (Rio de Janeiro), em 11/04/2006

    Encontra-se Ascendino Leite numa posição de bom isolamento poético na atual literatura brasileira. Na realidade, promove ele, em seus versos, todo um curso de poesia. Ao juntar palavras num determinado ritmo, ergue um mundo em que se condensa o muito que a vida nos oferece como impulso, como percepção, como entendimento, acima de tudo como paixão. E é principalmente pela paixão que se distingue sua poesia, paixão que atravessa toda a sua obra e marca sua presença em nossa literatura.

  • Amazônia Brasileira

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 28/03/2006

    De minha experiência como adido cultural na África, em Nova York e na Inglaterra, tive muitas vezes de enfrentar o que sempre me pareceu realmente ser uma série de sinais da cobiça internacional com relação à Amazônia. Em várias conferências que fiz em lugares tão diferentes entre si como Lagos, Dakar, Londres, Liverpool, Los Angeles, Estocolmo, Varsóvia e Milão, indagações e afirmações de professores e alunos locais indicavam uma tendência geral a se considerar o Brasil como incapaz de tomar conta de uma região com a importância da Amazônia.

  • O caminho místico

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 14/03/2006

    Vem Hermann Hesse mantendo no Brasil, desde os anos 40 do século passado, um prestígio que, mesmo não sendo barulhento, é permanente. Livro seu que então pegou os jovens leitores pelo gasnete como obra do mais avançado surrealismo, "O lobo da estepe", teve sucessivas edições brasileiras no ano final da guerra 1939-45.

  • Memória do Carnaval

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 08/03/2006

    Sendo uma história do carnaval carioca, o que Ricardo Cravo Albin fez neste belo volume, em que o passado é visto sob as mais significativas cores, foi também na verdade um levantamento da memória do nosso carnaval. Atente-se para a diferença entre ''história'' e ''memória''. A primeira narra simplesmente. A segunda pega na história por todos os seus lados e vai buscar, lá no fundo mesmo de seus elementos, a força da alegria de viver que a rotina da repetição procura abafar.

  • Rosa e Meyer-Clason

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 07/03/2006

    Em dezenas de seminários internacionais sobre literatura brasileira, de que participei, estive inúmeras vezes com dois professores estrangeiros apaixonados pelas nossas letras, e deles fiquei amigo. Foram o norte-americano William Grossman, professor na Universidade de Nova York, e o alemão Kurt Meyer-Clason, professor na Universidade de Munique.

  • O mundo de Kafka

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 27/12/2005

    Visitei, há alguns anos, nos arredores de Viena, o pequeno sanatório em que Franz Kafka morreu. A casa é hoje um museu dedicado ao escritor, com a cama em que dormiu, ou não, suas últimas semanas de vida.

  • Euclides e a Amazônia

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 20/12/2005

    Em comemoração ao centenário dos trabalhos da Comissão de Reconhecimento do Alto Purus, dirigida por Euclides da Cunha, a Academia Brasileira de Letras (ABL) acaba de publicar uma nova edição do livro "À margem da história", em que outros países sul-americanos se conheciam e se desconheciam.

  • A liberdade e a mudança

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 13/12/2005

    Em cenas descritas e com tons de extrema verdade dramática, a romancista Wanda Fabian, em seus quase 20 livros publicados, exibe o ser humano a nu, vibrante e inquieto na pureza de suas duas condições inarredáveis: a da liberdade e a da mudança.

  • Oscar segue Dante

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 06/12/2005

    Antes de nos deixar, esta semana, terminou Oscar Dias Corrêa a descrição de sua viagem com Dante, ao longo de versos e de rimas, sobre o chão mesmo da poesia que ilumina as palavras, suas letras, seus vazios, suas pausas. A escolha de Dante para companheiro de viagem marca o homem que a faz, com uma clarividência rara e luminosa.

  • Presença da África

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 29/11/2005

    O livro de Raul Lody, "O negro no museu brasileiro", levou-me de volta ao tempo em que Zora e eu vivemos na África. Adido cultural em Lagos, então capital da Nigéria, lugar de cultura iorubá, de lá viajávamos para outras cidades nigerianas (Oió, Ibadan, Oxogbô, Edé), e no país vizinho, que então se chamava Daomé e hoje é Benim, onde eu fazia conferências (em Porto Novo, Pobé, Keto, Idigny, Cotonu, Abomei).