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Artigos

 
  • Pe. Antônio Vieira e os peixes

    Diário da Manhã (GO), em 06/01/2009

    Tudo o que o mestre da retórica sacra lusitana percebia, hoje percebemos com igual impunidade. E o que nos surpreende no gênio de Antônio Vieira é a utilização da palavra como arma temível, desdobrável, muitas vezes em chama, ora ao falar aos portugueses, ora aos holandeses (pela invasão), ora no Brasil Colônia, ora aos príncipes, ora ao vulgo, ora aos próprios peixes, não importando a quem, desde que alcance seus intentos de convencer , espantar ou evangelizar. Usando a alegoria, para Octavio Paz – “expressão do pensamento analógico”.

  • "A língua é bela e mal utilizada"

    Jornal do Commercio (RJ), em 05/01/2009

    Quando ia mais acesa a discussão em torno do Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa, com alguns escritores de Lisboa criticando a sua implementação, criou-se uma dúvida sobre a posição a ser adotada por José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura. Seria a favor ou contra?

  • Machado de Assis nas Alterosas

    A Gazeta (ES), em 05/01/2009

    Surgiu uma dúvida no plenário da Academia Brasileira de Letras sobre as viagens de Machado de Assis. Conhecido bicho do mato, a sua imaginação viajou muito mais do que o corpo. Ele mesmo, por diversas vezes, perguntado onde teria ido mais longe, invariavelmente, com a ironia de sempre, respondia: “Petrópolis.”

  • Um protesto contra o Viagra

    Folha de S. Paulo (SP), em 05/01/2009

    O Viagra, remédio para disfunção erétil, é uma das armas usadas pelos agentes da CIA (a agência de inteligência americana) na conquista de aliados no Afeganistão, informa o "Washington Post". Conforme o jornal, entre os favores, além da distribuição do medicamento, estão doações de canivetes e ferramentas, pagamento de cirurgias e tratamentos dentários.

  • Ora pipocas!

    Folha de São Paulo (SP), em 04/01/2009

    RIO DE JANEIRO - Como todos sabemos, uma bonita árvore de Natal é erguida todos os anos, aqui na Lagoa, bem em frente à minha varanda. Vem gente de longe ver a maravilha, que é monótona como todas as maravilhas imóveis, a exemplo do nosso Cristo Redentor, que ganhou recentemente status internacional.

  • Despetalando a flor do Lácio

    O Globo (RJ), em 04/01/2009

    "Despetalando" está correto, tenho praticamente certeza. Não acredito que um filólogo desalmado tenha resolvido que aí vai hífen. Não, não vai, não é des-petalar. "Flor" e "Lácio" continuam, uma sem acento, outro com acento. Portanto, cem por cento de acerto em meu primeiro título na ortografia nova, brilhei mais uma vez. Isso, contudo, não me aplaca o nervosismo. Deve ser a idade, porque já encarei algumas reformas ortográficas nesta curta existência e me saí satisfatoriamente, mesmo no tempo em que a gente tinha que grafar "tôda" com circunflexo, para distinguir de "toda", que ninguém sabia o que era, embora, no ver de alguns, fosse uma ave amazônica pouco sociável, ou, segundo outros, uma exortação obscena de origem xavante. Acho que esse ponto nunca será esclarecido (de qualquer forma, cartas de esclarecimento para o editor, por caridade) e constituirá mais uma das graves interrogações sem cujas respostas minha geração deixará este mundo.

  • Palpite infeliz

    Jornal do Brasil (RJ), em 04/01/2009

    O título do samba de Noel Rosa parece que se aplica com muita propriedade ao noticiário que dá conta da intenção do governo de transferir a sede da Escola Superior de Guerra para Brasília. Mais essa, agora?

  • A crise na janela

    Jornal do Brasil (RJ), em 02/01/2009

    Ano novo, dores de cabeça novas. Vim passar o Natal e o fim de ano em São Luís. Minha casa tem uma vista para o mar, de frente para a baía de São Marcos, onde ficam fundeados os navios que vão para o porto da Madeira, da Vale do Rio Doce, ou Itaqui, terminal de carga geral.

  • Divagações espaciais

    Folha de S. Paulo (SP), em 01/01/2009

    Em teoria, a cada ano que se inicia, a Terra está no mesmo ponto espacial do ano que acabou e de todos os demais anos. O nosso planeta deu um giro completo em torno do Sol. Não tenho elementos – nem me interessa tê-los – para confirmar ou contestar os entendidos nessas coisas. Dou de barato que estejam certos e não me sentirei frustrado se estiverem errados.

  • O julgamento de 2008

    Folha de S. Paulo (SP), em 31/12/2008

    COMO ERA de esperar, o julgamento do ano de 2008 realizou-se na noite do dia 31 de dezembro e deveria terminar impreterivelmente à meia-noite. Primeiro falou o advogado de acusação."Meritíssimo, como é de seu conhecimento, este tribunal funciona há muitos anos -quase tantos quanto os réus aqui julgados, que não foram poucos. Já tivemos casos sombrios: 1914, que viu o começo da Primeira Guerra; 1929, que deu de presente ao mundo uma tremenda crise.

  • Lições e espantos de 2008

    Folha de S. Paulo (SP), em 30/12/2008

    O RECADO do êxito de Barack Obama foi sobretudo o da obrigatória convivência da democracia com os emergentes sistemas de poder do século 21. Veio à frente desse sucesso uma América profunda que nos trouxe de volta à cidadania arraigada em Estados drasticamente conservadores, como Iowa ou Virgínia do Sul, rompendo todas as previsões de jogo, que afinal fazem das eleições sempre meras alternativas de um mesmo establishment. O ganho do senador do Illinois livra-nos por outro lado do horror da permanência dos republicanos, o que só cristalizaria de vez o pior fundamentalismo ocidental. Na declaração de George W. Bush, esses valores autorizariam até a mentira política no enfrentamento previsível de uma guerra de religiões.

  • Civilização em crise

    Jornal do Commercio (RJ), em 30/12/2008

    Já comentei diversas vezes sobre um movimento de feministas radicais que tentou proibir o orgasmo das mulheres enquanto perdurasse a sangrenta tirania de Pinochet.

  • A difícil arte de adivinhar o futuro

    Folha de São Paulo (SP), em 29/12/2008

    ERAM OITO DA NOITE e, depois de ter atendido mais de 20 pessoas, o adivinho, cansado, preparava-se para ir para casa.Quando, porém, abriu a porta da sala, viu-se diante de um desconhecido, um homem alto, grande, forte que ali estava, imóvel no corredor do velho prédio. Por um instante ficaram os dois parados, olhando-se. Finalmente o homem disse:

  • Posições e acidente de percurso

    Folha de S. Paulo (SP), em 28/12/2008

    ALI POR VOLTA DOS ANOS 70 , fez sucesso entre os aficionados um livrinho ilustrado que tinha título inocente, mas propósito nem tanto. Em inglês, era "Positions". Ensinava posições especiais, algumas especialíssimas, para se praticar o ato sexual. Até então, a maior e melhor referência para o assunto era o "Kama Sutra", que, se não me engano, codificava 48 maneiras de fazer aquilo que os livros sérios chamam pelo feio nome de "coito".

  • O sol por comissão

    Folha de S. Paulo (SP), em 28/12/2008

    RIO DE JANEIRO - Li reclamações na mídia sobre a visita do presidente francês ao Brasil. Os resmungões de sempre (entre os quais o cronista) chegaram a chamá-lo de caixeiro viajante, um mascate que vai com sua mala cheia de novidades às regiões distanciadas do consumo, levando artigos de armarinho que não chegam lá.